quinta-feira, 31 de janeiro de 2019


A CULTURA DA NÃO DOENÇA
Janeiro 2019 – José Vanin Martins
            Quem está certa? A cultura ou a ciência? Não foi apenas uma, foram muitas as pessoas que conheço que são dependentes incluindo o álcool que afirmam categoricamente que não são doentes; não são dependentes.
            Seria vergonhoso, diante da sociedade, alguém reconhecer-se doente de um produto tão bem divulgado e tão bem aceito por todos. A CERVEJINHA se tornou um produto tão necessário, indispensável em qualquer festa ou comemoração. Hoje a cervejinha, amanhã a maconha e daqui a pouco por que também não, as demais drogas. O cigarro que também mata teve sua propaganda proibida. A cerveja ou bebida alcoólica quanto mata? “Mais de 3 milhões de pessoas morrem a cada ano como resultado do uso abusivo de álcool, segundo um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta sexta-feira (21). Isso representa 1 a cada 20 mortes. Mais de três quartos dessas mortes ocorreram entre os homens.   E, os que morrem em acidentes como consequência de um alcoólatra no volante? (Pesquisa na internet)
 Pela propaganda e pela busca, já, já o número será maior pelo acréscimo da contribuição das mulheres na arte de beber.
            O mandamento NÃO MATAR está sendo desrespeitado pela CULTURA que incentiva “beba com moderação”. Qual moderação? A moderação que impede mostrar para o usuário que ele é DOENTE e vai  morrer pela sua dependência. E quantos ele  poderá matar? O lucro fala bem mais alto.  


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terça-feira, 29 de janeiro de 2019


LEMBRANÇAS, CRENÇAS, COBRANÇAS, ESPERANÇAS E MUDANÇAS 
09- O HORÁRIO E A PRIMEIRA ABERTURA
José Vanin Martins – janeiro 2019

            No seminário tínhamos horário para tudo. Do levantar ao deitar. Tudo era regido pelo toque do sino. Ainda bem que ainda não havia o horário de verão. 05:30 Levantar. Tínhamos meia hora para a higiene pessoal. Quem quisesse poderia tomar banho; geralmente na água fria, porque eram poucos os chuveiros elétricos. Tínhamos que ir para o banheiro com a toalha enrolada no corpo e só lá dentro tirar o restante da roupa. O máximo três minutos para o banho.
06:00 Batia o sino; era para formar a fila no pátio para ter acesso à capela. Era mais ou menos por ordem de tamanho. Na capela: oração da manhã, meditação (feita pela pregação do diretor espiritual ou por alguma leitura por ele indicada). Para muitos e muitas vezes para mim era o cochilo do sono que continuava neste momento e depois a missa, ainda em latim. 
            Pela parte da manhã tínhamos as aulas e na parte da tarde os estudos e às vezes a parte esportiva. Às 17:00 depois da prática esportiva o banho era obrigatório para todos.
            Não podíamos expor a nossa nudez. Duas lembranças ficaram gravadas: 1.   na hora de levantar todos devíamos tirar o pijama e colocar a roupa ainda debaixo dos lençóis. 2. À noite para deitar era mais interessante. O “bedel” responsável pela disciplina dava um apito e apagava a luz. No escuro deveríamos dentro de dois minutos tirar a roupa e vestir o pijama (parte de baixo). Alguns se confundiam e punham as duas pernas numa só perna de pijama; logo vinha o pedido de socorro para não acender a luz; era uma gargalhada só. A camisa da parte de cima, tanto cedo como a noite, tinha o cerimonial próprio: primeiro tirava a parte do lado direito e já colocava a outra parte da roupa e em seguida também o mesmo cerimonial para a parte esquerda da roupa.
            Outra lembrança ainda: até 1.954 o futebol no seminário tinha de ser com a calça comprida e o padre que jogava junto, de batina. Depois houve a primeira grande abertura: foi permitido jogar de calção, mas este deveria ser pela altura dos joelhos. As regras começaram a se quebrar.  
            Com a introdução do calção foram intensificadas as aulas de educação física.

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019


FÉ E CIDADANIA – 21   José Vanin Martins
Não mate. Mariana e Brumadinho - MG

            Chegamos ao quinto mandamento; NÃO MATE. Seria ele o mandamento mais desrespeitado? A morte está decretada pelo sistema capitalista, neoliberalista que governa o mundo. No mundo quase metade das pessoas vivem abaixo da linha da extrema pobreza e no Brasil entre os 55 milhões de pobres, 15,2 milhões vivem abaixo da linha da extrema pobreza.
            Segundo os economistas o salário mínimo previsto pela Constituição deveria ser de TRES MIL SETECENTOS E CINQUENTA E DOIS REAIS. O Governo para garantir a orgia dos altos salários da justiça, do legislativo e do executivo vai este ano de 2.019 pagar a migalha de HUM MIL E SEIS REAIS. É o valor de um salário assassino e que ainda uma grande parte da população nem recebe.
            Nos altos salários não se pode abaixar porque já são constitucionais. O salário mínimo não se pode aumentar, conforme exige a constituição, porque levaria à falência toda classe patronal. Atrapalharia ou impediria TODAS AS MORDOMIAS EM ACRÉSCIMO dos altos salários. Exigiria que o governo cobrasse IMPOSTOS de seus amigos latifundiários, industriais, financistas, imobiliários, pecuaristas... e, outros mais que SONEGAM, roubam da NAÇÃO DOS EMPOBRECIDOS. Coitadinhos dos milionários, eles não podem pagar.
            Agora vamos ARMAR a classe rica para que ela defenda as migalhas que possam cair de sua fortuna. A cadeia continua sendo para os empobrecidos.
            TIAGO deixou um alerta: 1 E agora vocês, ricos: comecem a chorar e gritar por causa das desgraças que estão para cair sobre vocês. 2 Suas riquezas estão podres, suas roupas foram roídas pela traça; 3 o ouro e a prata de vocês estão enferrujados; e a ferrugem deles será testemunha contra vocês, e como fogo lhes devorará a carne. Vocês amontoaram tesouros para o fim dos tempos. 4 Vejam o salário dos trabalhadores que fizeram a colheita nos campos de vocês: retido por vocês, esse salário clama, e os protestos dos cortadores chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos. 5 Vocês tiveram na terra uma vida de conforto e luxo; vocês estão ficando gordos para o dia da matança! 6 Vocês condenaram e mataram o justo, e ele não conseguiu defender-se Tg 5,1-6”.
            Ontem MARIANA-MG, hoje SOBRADINHO-MG, eles não conseguiram defender-se.


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FÉ E CIDADANIA – 20   José Vanin Martins
PAI E MÃE – SÃO OS PRIMEIROS VALORES

Os dois primeiros lembram o amor, o respeito, a adoração que devemos ter para com Deus Pai porque SEU AMOR se estende por mil gerações.
Não podemos duvidar do amor de Deus. Os filhos não devem duvidar do amor de seus pais. O presente da vida é infinito e incalculável. Só pelo fato do presente da vida, DEUS NOS LEMBRA: “Honre seu pai e sua mãe: desse modo, você prolongará sua vida, na terra que Javé seu Deus dá a você” Ex 20,12. É o único mandamento acompanhado de uma certeza: O PROLONGAMENTO DE NOSSA VIDA NA TERRA.
Deus não nos diz: AME. Posso até não AMAR. Nem mesmo a falta de amor me dispensa de HONRAR pai e mãe. Minha vida é um crédito, é um merecimento que devo a eles.
Deus como PAI e MÃE, cria o PAI e MÃE da terra para dar continuidade á obra da criação. “E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher”. E Deus os abençoou e lhes disse: «Sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra...” Gen. 1,27-28.
Gerar gera genética, hereditariedade e reciprocidade; laços sagrados por Deus abençoado. Os pais que geram e zelam da vida são credores na velhice do mesmo zelo responsável.  São laços ternos e devem tornar-se eternos.
 Todos nós como filhos devemos primeiro compreender que a submissão a Deus e aos pais é o caminho seguro para a paz e felicidade! Eclo 3,12-14.
Este mandamento não contempla o paternalismo ou autoritarismo seja familiar ou muito menos politico.


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domingo, 27 de janeiro de 2019


LEMBRANÇAS, CRENÇAS, COBRANÇAS, ESPERANÇAS E MUDANÇAS  
08- ENTRADA PARA O SEMINÁRIO
José Vanin Martins – janeiro 2019

            1.953 – Com 12 anos resolvi “ser padre”... ou melhor, ir para o seminário “estudar” para ser padre. Estudar o que? Ginásio e colegial. Isto em Lins, uns 200 quilómetros longe de casa. Regime internato. Lá deveríamos ser mais de 100 crianças, adolescentes e alguns maiores na faixa dos 16-18 anos.
            Tínhamos um padre que era reitor, outro que era o diretor de disciplina e mais um diretor espiritual. Além destes, outros padres que eram professores e apenas um professor leigo. Imaginem! no meu primeiro ano, o Diretor de Disciplina foi meu irmão que acabara de ser ordenado padre. Era também o professor de português.
                    O espaço bastante amplo e agradável. Tínhamos dois campos de futebol, uma quadra de esportes, mesa de pingue pongue um belo jardim e só faltava uma piscina. Organizavam-se campeonatos, brincadeiras, jogos de xadrez, dama... Orientavam para que não formássemos “panelinhas” nos recreios; constantemente deveríamos mudar de companheiros... o que nem sempre era muito fácil.
            Chamou-me atenção que para nossa alegria, quintas feiras, não tínhamos aulas. Normalmente organizavam passeios e íamos a pé para alguma chácara, de algum conhecido dos padres e que ficasse próxima da cidade. Nas outras quintas organizavam jogos, limpeza geral da casa.  Sábados aulas normais.
            Todos com o mesmo uniforme, calça comprida amarelo caqui. Camisa de preferência branca. Sapatos e meia.
            Havia dois grandes dormitórios. Uns para os alunos maiores e outro para os menores. Para auxiliar o Padre Diretor de Disciplina nomeavam alguns alunos mais velhos e disciplinados que recebiam o título de “bedel”. Tínhamos um grande auditório com palco que servia também de SALÃO DE ESTUDOS para todos. Lá passávamos a maior parte do tempo depois das aulas.
            Pela manhã diariamente às 6:00hs tínhamos a oração da manhã, pequena meditação feita pelo Diretor Espiritual e a missa celebrada normalmente pelo padre Reitor.
            Só havia uma presença feminina. A velha dona AUGUSTA, cozinheira muito estimada que tinha o AGRIPINO um “quarentão” que lhe era auxiliar.
            Tudo funcionava ao bater do sino que tinha hora para tudo.

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2019


FÉ E CIDADANIA – 19   José Vanin Martins
O DESCANSO DO SÁBADO (DOMINGO)
A partir do terceiro mandamento, todos visam o bem de cada pessoa. O terceiro mandamento diz: “8 Lembre-se do dia de sábado, para santificá-lo. 9 Trabalhe durante seis dias e faça todas as suas tarefas. 10 O sétimo dia, porém, é o sábado de Javé seu Deus. Não faça nenhum trabalho, nem você, nem seu filho, nem sua filha, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu animal, nem o imigrante que vive em suas cidades. 11 Porque em seis dias Javé fez o céu, a terra, o mar e tudo o que existe neles; e no sétimo dia ele descansou. Por isso, Javé abençoou o dia de sábado e o santificou.” Ex 20,8-11.
Guardar sábados. Mandamento ligado à obra da criação. Deus descansou no sétimo dia. Toda pessoa, todos os animas, todo campo, toda natureza, deve ter , um dia de descanso por semana, para o seu próprio bem. O ser vivo não é máquina. Seja domingo, seja sábado, seja o dia que for, descanse ao menos uma vez por semana e descubra melhor a vontade de Deus. 
            No mundo capitalista, o dinheiro se sobrepõe a todo e qualquer projeto de humanização. Nas cidades e em muitos campos o TRABALHO MAL REMUNERADO, aceito como questão de sobrevivência, torna-se obrigatório em todos os sete dias da semana.
Deus não precisa de descanso, mas nos sim.
Para que descansar? Para refletir sobre nossa condição limitada, para o relacionamento familiar e com Deus. É em momentos de descanso que criamos um clima de pertença dentro da mesma família. Ficar juntos, cozinhar juntos, divertir juntos e também buscar Deus juntos. O DESCANSO É A HORA DA FAMÍLIA. Dá coesão ao relacionamento familiar. 
            Criar e defender leis que humanizam a vida do trabalhador é uma das tarefas do cidadão que se diz cristão.

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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019


LEMBRANÇAS, CRENÇAS, COBRANÇAS, ESPERANÇAS E MUDANÇAS  
07- DEFEITOS DE ESTIMAÇÃO
José Vanin Martins – janeiro 2019

            Você tem alguma defeito de estimação? Eu tenho. Que defeito é este? É aquele que me acompanha desde a infância. Quanto mais antigo, mais difícil de larga-lo. Por que nos acompanha? Não sei a explicação.
            Um dos meus defeitos é de “mexer” com as pessoas, de querer “chamar atenção das pessoas”. No meu segundo ano do primário tinha um companheiro de classe da cor negra que se chamava JOÃO BRITO. Ele queria que o chamássemos de JOÃO. Eu, porém, dizia: Vem CA-BRITO. Ele ficava com raiva, não me atendia e ainda me ameaçava. “Inocentemente” eu dizia: mas seu nome não é Brito? – Um dia na saída da escola, o JOÃO BRITO no meio de toda criançada me deu uma surra dizendo: agora você vai saber quem é o cabrito.
            Outro fato aconteceu ainda na Paróquia. Sempre, da calçada, abanava a mão para todos que passavam de carro e dizia alguma coisa. Certa vez chamei da calçada, um motorista de barbeiro. Ele ouviu, ficou zangado, parou o carro e veio pedir-me satisfação. Com educação pedi-lhe desculpa, mas ele não estava disposto a desculpar. Precisou dos amigos “deixa disto” para que ele se afastasse sem me agredir.  
            A lição não me serviu. Cresci mexendo com as pessoas. Dois exemplos, 1. Quando encontro-me com uma pessoa gorda costumo dizer: “EIS AGORA UMA PESSOA DE PESO”.   Minha esposa pacientemente me corrige, mas ainda não sarei de tudo. 2. Mania de fazer rima a partir dos nomes. Tenho uma grande amiga que se chama ANITA. Ao vê-la pela primeira vez, brincando falei: “Anita cabrita”.  Ela com muita educação e carinho propôs: Preferia que você me dissesse: “ANITA BONITA”, rima muito mais.
            Quanto que o Vanin precisa crescer e melhorar, já perto dos oitenta anos!


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terça-feira, 22 de janeiro de 2019



FÉ E CIDADANIA – 18   José Vanin Martins
LEIS, SÓ AS NECESSÁRIAS

            Hoje as leis se multiplicaram, se triplicaram e com tudo isto, a sociedade caminha lentamente para sua humanização e ainda na espera de saborear o tempo da amorização.
            Moisés estava na aprendizagem de como governar um povo sem leis e com uma experiência de escravidão. Deve ter orado muito e conversado com Deus. Para melhor acertar, ele se afasta para refletir e descobrir a vontade de Deus. Vai para cima do monte, porque na cultura do antigo testamento, Deus se manifestava nos montes.
            Um a um, Moisés vai ouvindo em seu coração e em seu entendimento, o mandamento que deve presidir a vontade de Deus. Dos dez mandamentos apenas os dois primeiros são voltados diretamente para Deus, os oito demais são para as nossas relações humanas e felicidade.
            O primeiro mandamento é sempre se perguntar qual a vontade de Deus. Deus em primeiro lugar, acima de todas as magias e adorações. Deus é misericórdia pode castigar por três gerações, mas seu amor se estende por mil gerações. É o começo da compreensão de Deus. Não entendiam ainda a grandeza do amor de Deus e as consequências erradas de nossos atos eram consideradas castigo de Deus.
            O segundo mandamento não tomar seu santo nome em vão. Não usar o nome de Deus para justificar qualquer uma de nossas atitudes erradas de falta de amor.
            Temos agora um governo que assumiu o lema: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”... o grande perigo acontece quando alguém se julga o senhor absoluto no conhecimento de qual é a vontade de Deus para o povo brasileiro. Deus em JESUS CRISTO é aquele que não se colocou acima de todos, nem de tudo, mas caminhou lado a lado, principalmente dos oprimidos.

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sábado, 19 de janeiro de 2019


LEMBRANÇAS, CRENÇAS, COBRANÇAS, ESPERANÇAS E MUDANÇAS  
05- O MAIOR PECADO
José Vanin Martins – janeiro 2019

            Cresci tendo medo de pecar. Mas o que é pecar. Como criança era até difícil confessar. A lista era sempre a mesma: desobedeci meus pais; brinquei durante a aula; briguei com... (eh! Que brigas); menti... e não me lembro o que mais.  Mas havia o pecado mortal. Este nem pensar. O que era? Faltar missa aos domingos. Na minha família nem pensar.
            Agora me vêm à lembrança duas cenas de minha infância. A primeira aconteceu dentro de um paiol de milho que havia no fundo do quintal. Devia medir uns três metros quadrados. Quando não estava muito cheio gostava de brincar lá dentro. Uma manhã, lá pelos meus 5-6 anos foi brincar com uma vizinha da mesma idade (!?), Estava brincado de ser médico e ia consulta-la. Tudo dentro da maior inocência. Minha mãe, com seu sétimo sentido, foi ver. Sem nada perguntar, gritou, mandou a menina embora e começou nervosa jogar espigas de milho em mim. Fiquei chorando, assustado e aí descobri o que talvez fosse o pecado mortal.
            A segunda aconteceu quando assustado, deveria ter meus sete anos, encontrei uma calcinha “com sangue” da minha irmã adulta, deixada ou caída por acaso no chão do quarto. Naquele tempo não devia haver absorventes íntimos. Fiquei assustado pensando que minha irmã estivesse gravemente doente. Fui comunicar à minha mãe, que ficou ruborizada, assustada e simplesmente me disse: “isto é coisa de mulher; sua irmã não está doente; vai brincar”. Por muito tempo fiquei pensando o que seria coisa de mulher.   
           
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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019


LEMBRANÇAS, CRENÇAS, COBRANÇAS, ESPERANÇAS E MUDANÇAS  
4- CRISTIANISMO   E   COMUNISMO
José Vanin Martins – janeiro 2019

            Lembro-me que no meu tempo de criança depois de cada missa eram rezadas três Ave Maria e a Salve Rainha pela conversão da Rússia. Era difundido um medo do comunismo. Lá era o governo do diabo onde não se tinha liberdade alguma. As pessoas que adorassem a Deus eram presas e mortas.
            Teríamos outra escolha? Os Estados Unidos, com seu capitalismo liberal era a única salvação. Esta ideia era propalada pela Igreja e orquestrada pelos nossos governantes. Conviver com um comunista era perigoso e este perigo foi escancarado no golpe militar de 1964 onde ser contra o governo e a favor do empobrecido, é ser comunista.
            A teologia tornou-se adulta e como palavra profética apresentou qual o PROJETO DE DEUS para a história. Nada de ditadura, muito menos tortura e liberdade para conquistar os DIREITOS HUMANOS.
            Além da releitura dos profetas a mensagem claríssima de JESUS foi proclamada. O que Deus quer e o que ele condena, foi registrado por Mateus 25,31-46 (O JUIZO FINAL) e a PARABOLA DE LÁZARO E DO RICO (Lucas 16,19-31). Deus é pelos oprimidos e empobrecidos, migrantes e/ou imigrantes este é o fio condutor para a leitura de toda a Bíblia. Os Atos dos Apóstolos retratou a história de uma Igreja viva que deve manter a utopia do novo relacionamento social e político: Atos 2,42-47; 4,32-37 e 5,12-16.   A adesão deste novo jeito de conviver só tem valor onde existe amor, liberdade e honestidade. Exige total transparência (Atos 5,1-11).
            Esta nova sociedade não foi bem vista. O PARTIDO, mais político do que religioso (Atos 5,17-20) perseguiu e condenou este novo jeito de ser Igreja. Tudo isto acontece até hoje?
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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019


3- LEMBRANÇAS, CRENÇAS, COBRANÇAS, ESPERANÇAS E MUDANÇAS
SALVAR ALMAS OU SALVAR VIDAS?
José Vanin Martins – janeiro 2019

            A primeira oração que se fazia e ainda se faz em muitas Igrejas é a oração do terço. Era comum entre um mistério e outro do terço fazer a seguinte jaculatória: “Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.”
            Cresci tendo muito medo do iuferno, do diabo e esta crença me levou a ter medo de qualquer pecado. Tornei-me padre pensando em levar muitas almas para o céu. Vivi por um pequeno espaço de tempo com esta missão. Depois de três anos (em 1.979) trabalhando na paróquia fiz dois cursos seguidos: TEOLOGIA POR UM MUNDO MELHOR E TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO. Com estes dois cursos tive uma nova compreensão da LEITURA BÍBLICA. Meus olhos se abriram.
            Compreendi a grande misericórdia de Deus. DEUS É PAI e quer a salvação de todos. A terna e eterna eternidade é PRESENTE DO PAI. O PAI quer que eu me ocupe do sofrimento do povo, aqui e agora. Li e compreendi Mt 25,31-46. O JUIZO FINAL e todos os demais ensinamentos de Jesus e do Antigo Testamento, são um clamor em favor do empobrecido. Devemos salvar o outro para esta vida. A vida eterna já está garantida pelo AMOR DO PAI.  SALVAR É AMAR.
            Foi esta crença que me levou a mudança na minha maneira de trabalhar como padre. Perguntei-me onde estavam os mais empobrecidos da Paróquia? Fui encontra-los na Fazenda Primavera, onde viviam como explorados e empobrecidos. Minha atenção pastoral voltou-se, em especial, para aquelas pessoas.
                       
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domingo, 13 de janeiro de 2019


LEMBRANÇAS, CRENÇAS, COBRANÇAS, ESPERANÇAS E MUDANÇAS  (02)
MARGINALIZADO OU ESTRANHO NO NINHO
José Vanin Martins – janeiro 2019

Aonde chegam as lembranças?  É preciso que conheçam onde estou no presente momento de minha vida. Sou padre e sou casado. Dia 8 de janeiro completamos 42 anos de casados. “Bodas de PRATA DOURADA representa o vigor e o equilíbrio, tão necessários nos 42 anos de casamento. O material é nobre, raro e bastante resistente”.  Sim, nestes 42 anos resistimos o bastante para não nos separarmos e mais ainda para crescermos no amor.
Ser padre e ser casado já é uma situação delicada. Ainda mais a minha esposa, com o sofrimento da vida, depois que minha filha, já evangélica, com 21 anos e seu noivo tiveram a sua Páscoa em um acidente, tornou-se também evangélica. Onde fico? – Casei-me em 1976 e todos os padres da minha cidade também se casaram. Éramos quatro. Sinais do tempo respirava-se ainda o concílio Vaticano II. A Igreja iria mudar suas leis... e não mudou.
Meu namoro e casamento não foram clandestinos. Houve consulta na Assembleia Paroquial e a grande maioria dos fiéis aprovou. Namorei publicamente;  o casamento aconteceu na Igreja da própria paróquia.
Pertencia à diocese de Lins, onde o Bispo, D.PEDRO PAULO, holandês, de mentalidade aberta  não só permitiu o casamento como também ainda nos deixou nos trabalhos pastorais da Igreja.
O tempo passou e a Igreja ainda mais se fechou. 
Quer continuar conhecendo mais esta história?

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