domingo, 22 de setembro de 2019


EM BUSCA DE RESPOSTAS
José Vanin Martins

     Já sabem que estou no penúltimo ano para chegar à casa dos oitenta. O que talvez não saibam que os meus pensamentos não me dão sossego e pedem que eu busque uma resposta. Vocês querem me ajudar?
     É uma pergunta que está no pensamento de pais e avós que nasceram nas décadas dos 40, dos 50 e alguns já na década dos sessenta. Já encontrei pais da década dos 70 e 80 também fazendo a mesma pergunta. É uma pergunta que se tornou desafiadora e necessária: DEVEMOS DEIXAR NOSSOS FILHOS E FILHAS TRANSAREM COM SEUS NAMORADO (A)S, NOIVOS DENTRO DE NOSSA PRÓPRIA CASA?  Quando fora de casa devemos fechar os olhos, e tudo bem, aceitar como normal, como novos costumes deste novo tempo?
     Alguns pais me responderam que quando os dois são adultos, isto é problema deles? O que é ser adulto? Para alegria deste prazer sexual, muitos jovens já se sentem adultos ainda na adolescência.
     Existem pais que por motivação religiosa, ou por fidelidade a um código de honra familiar ainda defendem que seus filhos tenham relação sexual só depois do casamento?
     Alguém me disse: “é melhor fechar nossos olhos”. O mundo está mesmo diferente.  
     Qual é a resposta dos pais verdadeiramente cristãos de nossas igrejas? E se você for jovem, contribua com sua resposta, isto será muito valioso. Sejamos claros e transparentes. A mudança é cultural e não podemos segurar? E, a teologia tem alguma palavra a partir da Bíblia?
            Vindo as respostas, continuarei o assunto.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019


INQUIETAÇÕES E LEMBRANÇAS
José Vanin Martins – Agosto 2019
4-      O TRABALHO PASTORAL
A-     TENTAR... TENTAMOS.
O seminário menor de Lins estava em crise e também procurava uma nova maneira de se adequar para a Igreja de hoje. Hoje reconheço, num ímpeto irrefletido, propuseram e aceitei, que os seminaristas do nível do colegial, viessem para a Paróquia, onde morariam, estudariam nos colégios da cidade e receberiam uma formação que eu deveria dar.
Eram oito seminaristas. Com prontidão meu irmão adaptou um espaço dentro da própria Igreja. Foi uma tentativa que hoje considero impensada e por isto mesmo frustrada em termos de aproveitamento, desejado pela Igreja. Para eles serviu de grande oportunidade para se decidirem pelo abandono do desejo de ser padre. Alguns ousaram ter até experiência de namoro. Não estava preparado para acompanhar a formação deles e a complementação de reforço para o colegial. Pelo que me lembro apenas um preservou no seu desejo de ser padre.
Igualmente para um grupo de crianças que desejava ir para o seminário acabei propondo um “seminário aberto”. Eles continuariam morando com seus pais, estudando nos colégios pela manhã e a tarde passariam na paróquia onde foi preparada uma sala com carteiras, lousa e garantido um lanche. Voltariam no final da tarde para suas próprias casas. No grupo houve até doze participantes. Alguns chegaram ir para o seminário. Alguém chegou ser padre? Não sei. Por onde eles andam nos dias de hoje?
Pelo menos tentei, mas estava fora do meu alcance esta ousadia.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019


ACEITAR X RESIGNAR X SUPORTAR.
José Vanin Martins – Setembro 2019
            Temos que suportar este calorão, e ainda é inverno. Fica-nos a esperança da primavera que já está se revestindo de flores, cores, perfumes e da infinidade de borboletas, as primeiras apreciadoras desta bela natureza.
            Com sua inteligência o homem inventou a geladeira, o ar condicionado, os ventiladores, os humidificadores, os climatiza dores, os sorvetes... e, assim fica mais fácil suportar o calorão. Os mais empobrecidos resignam-se com a sombra das árvores e quando possível os banhos nas águas de rios e córregos. Teriam os que aceitam sem reclamação?
            Aceitar, resignar ou suportar a dor das feridas d´alma? Ou simplesmente reclamar e blasfemar? A ciência, a psiquiatria, a psicologia tem algum remédio para esta dor que mata? Existe solução para a morte? Até Jesus sentiu esta tristeza da morte (Mt 26,38). Nestas horas é bom ter amigos por perto.  É tão forte esta tristeza, que ele até se sentiu abandonado por  Deus, seu Pai  (Mt 27,46).
            Jesus foi humano como nós. Nesta hora sentimo-nos abandonados por todos, até por Deus. Deus não nos condena. Como sair desta? A lição vem do próprio Jesus, a única solução é fazer a vontade do Pai, mesmo quando Ele não nos livra da morte, ai mais do que nunca é entregar, devolver a nossa vida ou a vida de nosso filho nas mãos do Pai (Lc 23,46).   
Para Jesus não foi resignação, muito menos porque não suportou mais, mas foi uma ACEITAÇÃO porque sabia que tinha feito de tudo para fazer a VONTADE DO PAI e a vontade do PAI é que todos tenham vida e vida em abundância (Jo 10,10)  e que ninguém se perca (João 6,39). Tenhamos cuidado porque: “O ladrão (a droga) só vem para roubar, matar e destruir.”.
Em horas difíceis, de aflição a tentação de tudo abandonar é muito forte. Assim estavam os discípulos. Jesus quer que estejamos acordados, levantados e orando para buscar uma solução. Não podemos cair na tentação de ficar parados. É preciso se levantar (Mt 22,36)  e, acreditar na RESSURREIÇÃO.   

quinta-feira, 12 de setembro de 2019


OBRIGADO AMIGO,
OBRIGADO AMIGOS.
José Vanin Martins – Setembro 2019

Depois de seis anos e quatro meses chegou a hora de trocar a bateria de meu marca passo. Isto aconteceu ontem dia 12 de setembro. Tudo foi a mil maravilhas. Pudera aconteceu o milagre do amor. Foi um grande número de amigos orando e com suas orações formaram uma corrente de energia que se entrelaçou com a energia que sempre vem do amor de Deus.
Fui duplamente agraciado. Além das orações, destacou-se um amigo, que substituiu todos os parentes que moram longe e os que moram perto. Assim me confirmou o que diz Proverbios “10 Não abandone o seu amigo, nem o amigo do seu pai; e no dia difícil, não vá à casa do seu irmão: vale mais o vizinho perto do que o irmão longe”. Prov 27,10.
Reforçou-me a apreciação pelo tesouro que é um amigo fiel, como diz o livro do Eclesiástico: “Amigo fiel é proteção poderosa, e quem o encontrar, terá encontrado um tesouro”. 15 Amigo fiel não tem preço, e o seu valor é incalculável. 16 Amigo fiel é remédio que cura, e os que temem ao Senhor o encontrarão. 17 Quem teme ao Senhor tem amigos verdadeiros, pois tal e qual ele é, assim será o seu amigo.” Eclo 6,14-17
            Este meu amigo deu  a sua vida em tempo integral. Procurou atender todas as minhas necessidades e até meus desejos. Só coroou sua dedicação quando, depois que tive alta, entregou-me em casa nos abraços da Maria. Acredito que ele não estava pensando no que Jesus falou: “Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. 14 Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando.” Jo 15,13-13 E, o mais bonito, sei que este gesto já se repetiu por várias vezes com outras pessoas.
            Agora meu amigo tenha muita alegria, este é o pagamento de Jesus: “11 Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa”.  Jo 15,11
            Este meu amigo tem o nome de MARCILIO e seu nome já está escrito no Livro da Vida.


FÉ E CIDADANIA – 02  TEMPO DOS REIS   José Vanin Martins   
01-   REINADO DO REI SAUL
Samuel, o último dos juízes, antes de deixar suas funções prestou contas ao povo. Perguntou ao povo se alguém poderia acusa-lo de ladrão, de explorador, ou de propina. O povo a uma só voz disse: «Você não explorou, nem oprimiu, nem tirou nada de ninguém» (1 Sam 12,3-5)
Saul foi a primeira experiência de um reinado. A sua escolha já começou errada. Como naquele tempo, as guerras eram sem as armas de hoje, era importante que o rei fosse uma pessoa forte para guerrear. Assim a escolha recaiu sobre SAUL que era grande e forte (1Sam 9,2; 10,23-24) e de uma família importante numa tribo pequena, os benjaminitas. (1Sam 9,1).  Saul no início de seu reinado ainda contou com os conselhos de Samuel. (1Sam 15) e Samuel ainda teve o privilégio de ungir Davi e aproximá-lo de Saul (1Sam 16)
 Uma das dificuldades no Reino de Saul, era que Israel, por imposição dos filisteus, não poderia fabricar suas armas e nem ferramentas de trabalho (1Sam 13,19-22).
Fico me perguntando: 1. Quais os critérios que buscamos na escolha de um candidato? 2. Por que até hoje os candidatos continuam roubando, fazendo propina, explorando? Elegemos pela facilidade da fala ou pelo histórico de vida? – Teria os Estados Unidos copiado o imperialismo dos filisteus, impondo que as outras nações não se armem. Só ele quer ter o direito da bomba atômica!
  
BRASA QUE NTE NA FOGUEIRA DA CONVERSAÇÃO
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terça-feira, 10 de setembro de 2019


INQUIETAÇÕES E LEMBRANÇAS
José Vanin Martins – Agosto 2019
4-      O TRABALHO PASTORAL
A-     PEQUENAS MUDANÇAS
            Por onde começar? Comecei pela liturgia. Os coroinhas deixaram de serem apenas as crianças. Inovei colocando cada coroinha junto com seu pai em todas as celebrações.
A leitura  e pequena reflexão da Bíblia foi introduzida em tudo que se fazia na paróquia.  Na novena semanal de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, nas mais diferentes reuniões que se fazia: Legião de Maria, Associações e grupos de oração. Porém o mais inovador foram os grupos de CEB (comunidades de estudos da Bíblia) que se reuniam  em casas de animadores na periferia; chegaram funcionar setenta e dois grupos entre a parte urbana e a parte rural.  Em cada grupo deveria ter três serviços: o da animação, catequese e  visitadores para o atendimento dos pobres e doentes. Para o estudo destes grupos,  preparava uma folha de conteúdo bíblico  que era distribuída e refletida semanalmente na reunião com os animadores para que tivessem segurança nas reflexões de seu grupo.
Em cada bairro havia mais de um grupo e estes grupos formavam a comunidade  do Bairro da Antena, da Vila Passareli, do Pereira Jordão... e, cada comunidade (soma dos grupos daquela região geográfica) era responsável pela liturgia da missa semanal.  Procurava visitar e animar estes grupos, quando possível, na hora em que estavam reunidos.         
Assim também foi criada a CJC (Comunidade de Jovens Cristãos). Esta comunidade chegou a ter doze grupos. Em seus grupos refletiam semanalmente o conteúdo preparado para fundamentar seus QUATRO PILARES:  1. AMOR; 2. ESTUDO; 3. TRABALHO E 4. LAZER. Animavam semanalmente a missa das 10,00hs usando os instrumentos da banda da CJC. Davam apoio a todo trabalho que se fizesse necessário e dentro do terceiro pilar: TRABALHO faziam o seu compromisso com o social: fazendo hortas comunitárias e até ajudando construir uma casa para uma família empobrecida. Organizavam brincadeiras dançantes, passeios, jogos e encontros de formação.
            A amizade criada entre estes jovens é tão forte que mesmo morando espalhados pelo Brasil,  ainda hoje, já por alguns anos, um pequeno grupo, reúne-se em Andradina, num encontro cheio de saudades e de motivação, colhendo o bem que plantaram.


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domingo, 8 de setembro de 2019


INQUIETAÇÕES E LEMBRANÇAS
José Vanin Martins – Agosto 2019
4-      PARTE FINANCEIRA       
            Hoje me vem a lembrança e interrogações de como sobrevivi financeiramente. Por incrível que pareça até os 25 anos, quando o bispo me ordenou padre nunca tive problema financeiro. Quem me sustentou dos 12 anos aos 25 anos?
            Acredito que uma pessoa comum, um jovem, de todas as épocas, estaria lutando para sua sobrevivência e pensando numa segurança econômica para o seu futuro. Eu simplesmente estava num seminário, onde nunca faltou comida e onde minha família não me deixava faltar roupas e calçados. Quem pagava os meus estudos? A Igreja? Pagava para que eu estudasse! Tive de tudo e nada tive. O meu “pé de meia” era o que eu estudei e, já era muito.
            Nos meus primeiros três anos como padre, fui morar com a minha família que também morava em Andradina. Continuei não me perguntando de onde vinha o meu sustento financeiro. Afinal comia, bebia, me vestia e quem pagava tudo isto? Comida, roupa e cama, nunca me pesaram. Agora respondo, era a paróquia onde meu irmão era o vigário.
            O dinheiro deveria vir das ofertas, das campanhas, das quermesses, dos dízimos que os leigos conseguiam com seus trabalhos. A paróquia deveria ter uma diretoria financeira. Sei que meu irmão padre era trabalhador, bom administrador e estrategista. Construiu a maravilhosa Igreja da Paróquia com várias salas e um grande salão paroquial, como já escrevi em apenas três anos; Criou uma associação (ASA= Associação Social Andradinense) que construiu uma creche; dava todo apoio para manutenção do asilo e zelava de muitas famílias pobres.

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sexta-feira, 6 de setembro de 2019


USO LIBERADO DA MACONHA (2)
José Vanin Martins – Setembro 2019
            Convivo com muitos usuários de droga e, especialmente da maconha. Eles querem convencer-me de que seu uso é até benéfico.  Procurei e encontrei uma longa entrevista do psiquiatra Dr. Dartiu Xavier da Silveira (https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/vida/noticia/2017/08/) que há mais de trinta anos trabalha com dependentes químicos e defende a liberalização do uso especialmente da maconha. Ele afirma:
"A grande maioria dos usuários de maconha não se torna dependente", quando sua iniciação se dá depois de 21 anos.
Defende a liberalização do uso da maconha, como já acontece com o álcool e cigarro.
Mesmo ele sendo a favor da liberalização do uso da maconha, como cientista que é, ele fala claramente de duas verdades: Primeira, O uso da maconha NUNCA pode ser permitida para o adolescente e jovens porque pode alterar a formação de circuitos cerebrais. Segunda: Existem padrões de consumo que são prejudiciais. A maconha também tem isso.
Para todos os usuários deixa um sábio conselho: se você é usuário, tente fazer o seu uso dentro do contexto RECREACIONAL. Nem álcool, nem maconha, nem cocaína são coisas para você fugir de problemas ou para lidar com frustrações, depressão, ansiedade.  É algo para ser usado de forma excepcional, não diariamente.”.
TRES PERGUNTAS:
1. Em que idade a maioria, começou e ainda hoje começa o uso de sua droga predileta?  O que está acontecendo ou vai acontecer com os usuários que começaram usar na adolescência e estão chegando à casa dos trinta ou mais anos?
2. O uso da droga é apenas “recreacional”, de forma excepcional e não diariamente?
3. O uso do cigarro e do álcool já se tornou uma contagiante e desastrosa epidemia, o que acontecerá escancarando a porta para as demais drogas?


domingo, 1 de setembro de 2019


SETEMBRO 2019
José Vanin Martins

            Hoje é dia primeiro de setembro. Mês em que a PRIMAVERA irá chegar. A primavera sempre chega, apesar de toda agressão contra a natureza.
            Hoje acordei às 5:00hs da manhã. Meu neto também tinha acabado de acordar. Perguntei:- por que acordar tão cedo, se hoje é domingo?  Ele lembrou-me que ia trabalhar. Sim, tinha me esquecido. Dei lhe um abraço. É o seu primeiro emprego, depois do tempo de experiência, ainda como jovem aprendiz, ele foi contratado efetivamente. Trabalha no MCDONALD`S.
Tenho orgulho dele. Hoje é domingo. Cinquenta  anos atrás,  em Andradina, fiz pelo jornal a defesa da SEMANA INGLESA. O trabalhador merece um descanso prolongado no fim da semana. Defendia que até o comércio deveria ser fechado nas tardes de sábado. Ninguém ficaria sem comprar durante a semana. Foi uma pequena vitória, por alguns anos. Bons tempos aqueles.
Agora querem acabar até com o descanso de domingo, O DIA DO SENHOR. Faz tempo que o DIA DO SENHOR desapareceu. Ao criar este descanso, Deus estava pensando no trabalhador e não nEle. A família é a primeira prejudicada. Terá dificuldade de ter um dia por semana para TODOS se reunirem, jogar conversa fiada e visitar parentes e amigos e praticar algum passeio, jogo ou esporte. Ainda mais, ter um dia especial para sua espiritualidade.
Já na primavera não sobrará mais tempo para apreciar o amor, os pássaros e o perfume das flores. Corre se o perigo do homem tornar-se máquina, simplesmente produtor de trabalho.
Setembro não é o mês da independência. É o mês que oficialmente sentimos cada vez mais como faz falta a independência para o trabalhador. Não é de hoje, que o trabalhador para sobreviver, tem que trabalhar conforme tocam a música. Uns colegas de meu filho disseram que ele trabalhando vai perder o tempo mais belo da vida. Trabalhar durante o dia e estudar à noite... e ter incerto dia da semana que terá de folga.
 Assim a grande maioria da juventude brasileira chega à idade adulta. Para que ter o privilégio de ter tempo para estudar, se é o trabalho que amadurece as pessoas? Na fase da juventude, um estudo de qualidade em tempo integral, deve ser oferecido para preparar profissionalmente o jovem para o trabalho, No Brasil continua faltando a mão de obra qualificada.

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