POBRES E RICOS
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CONCLUINDO
José Vanin Martins – outubro 2019
A utopia do profeta Isaias era bem
maior. Ele conclamava: “1 Atenção! Todos os que estão com sede, venham buscar
água. Venham também os que não têm dinheiro: comprem e comam sem dinheiro e
bebam vinho e leite sem pagar. 2 Por que
gastar dinheiro com coisa que não alimenta, e o salário com aquilo que não traz
fartura? Ouçam-me com atenção, e comerão bem e saborearão pratos suculentos, 3
Dêem ouvidos a mim, venham para mim, me escutem, que vocês viverão” Is 55,1-3.
Jesus venceu a tentação de
transformar as pedras em pão Mt 4,1-4, mas conservou a sua vontade
de todos terem vida e vida completa Jo 10-11. Deixou para seus
apóstolos a difícil missão de arrumar pão para o povo comer. Este pedido ou
ordem de os apóstolos providenciarem o pão ficou registrado seis vezes nos
Evangelhos: Mt 14,13-21 e 15,32-39; Mc 6,31-44 e 8,1-10; Lc 9,10-17 e Jo
6,5-15. Esta ordem foi porque Jesus
tinha pena do povo que era como ovelha sem pastor. Quem são os pastores hoje?
O trabalhador brasileiro, dentro de
um país de maioria cristã, vive com desilusão. A Constituição brasileira de
1988, ainda em vigor, estabelece que o SALÁRIO MINIMO deva atender as
necessidades básicas do trabalhador e de sua família, como: moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência
Social (Art 7- inciso 4).
O salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro
pessoas conforme determina a Constituição deve ser de R$ 4.214,62. No entanto, o
valor é $998 reais, 4,22 vezes o salário mínimo em vigor. Esta é a estimativa do Dieese (Departamento
Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). É um salário de fome,
de morte.
Quando
mais novo tentei lutar por um mundo mais equitativamente justo. Vivi e vivo o
SONHO DA UTOPIA. Alimento este sonho por acreditar que este também seja o SONHO
NO REINO do PAI proclamado por JESUS e orado no PAI NOSSO.
Peço a Deus que me conserve a sensibilidade pelo sofrimento dos
empobrecidos. Não tenho a coragem dos profetas. Considero-me um “profeta de pijama”,
sempre inquieto e inconformado diante da realidade. Vejo muitos condutores de igrejas usarem da
religião para confirmar o direito da classe A com a (teologia da prosperidade).
Para apaziguar a consciência da classe B usam a (teologia da premiação) e para consolar
a dor, o sofrimento da classe B, a (teologia
da resignação). Fico paralisado.
Mais interrogativo ainda quando vejo
o dinheiro investido na construção dos grandes, ricos e maravilhosos templos,
usando até do dinheiro da viúva. Com tantas igrejas e religiões cristãs, JESUS
VIVE PEDINTE, EMPOBRECIDO E EXCLUIDO DO CONVÍVIO HUMANO.
POSSO OU
PODEMOS FAZER ALGUMA COISA?