terça-feira, 19 de novembro de 2019


DE PAI PARA FILHOS PAIS
José Vanin Martins – Nov 2019

            Já sou pai idoso, já sou avô. Olho para traz e vejo a caminhada que fiz como educador de meus filhos. Tinha muita inteligência, muita informação, mas me faltou a consciência das reais necessidades do afeto e da presença para os meus filhos. Fui pai provedor. Meus filhos não podem se queixar da falta do necessário. Até mesmo tiveram algum supérfluo.
            Olho o passado. Hoje meus filhos já são adultos e também pais. Assim como eu não pedia orientação alguma de como educar meus filhos para os meus pais, hoje se repete o mesmo. Os tempos mudaram.  O que faltou ontem, hoje está faltando muito mais, a falta de tempo para os filhos, tempo com qualidade.
            A presença do respeito, do afeto, da escuta, da paciência, da compreensão, do diálogo não poderá ser substituída pelo celular, pelo notebook ou qualquer tablete que com seus jogos e vídeos isola os irmãos da convivência entre si dentro da própria casa e com seus coleguinhas.  Como também não adiantam outros presentes, roupas de marca, tudo para tranquilizar e substituir a responsabilidade de pais. A presença da presença dos pais é insubstituível.
            O só falar gritando, a ameaça, a surra, a chamada de atenção em público, a gozação, a ausência, tudo se soma para causar o vazio ou as feridas d alma   que só causam nos filhos, transtornos mentais e afetivos de difícil cura.
            O relacionamento afetuoso, respeitoso entre o pai e a mãe é o presente necessário na educação dos filhos.
            A prática da busca de Deus, da espiritualidade torna-se um exemplo que esclarece para os filhos porque seus pais procuram cada dia serem  melhores.

terça-feira, 5 de novembro de 2019


INQUIETAÇÕES E LEMBRANÇAS
José Vanin Martins – Novembro  2019
4-      O TRABALHO PASTORAL
A-     REGIÃO  PASTORAL
Ainda sopravam os ventos do concílio. Como muito  esperava que a Igreja viesse ser mais fiel à proposta de Jesus.  A diocese criou regiões pastorais. Cada região tinha seu coordenador que animava esta nova caminhada da Igreja. A região de Andradina abrangia de Mirandópolis até Castilho. A região pastoral organizava reuniões até mensais, cada vez numa paróquia.  Cheguei por uma vez ser o coordenador. Lembro-me das reuniões sempre com a presença de vários leigos, homens e mulheres de cada paróquia. Tudo era planejado em comum, na busca de uma unidade. Os assuntos eram sempre pastorais: catequese, curso de batismo e para noivos, estudos bíblicos...
O clima do encontro era sempre muito gostoso. Sempre alguma reflexão, algum estudo, alegria, boa refeição, acompanhada de cerveja bem gelada e de um bom vinho.
Nestas reuniões a realidade social da região era igualmente aprofundada, mas não tínhamos uma resposta. Era hora de colocar o pé no chão. A construção da USINA DE URUBUPUNGA caminhava para o fim. A energia elétrica ali produzida, através das torres de distribuição seria levada para longe. A região toda tinha se tornado apenas dormitórios destes novos trabalhadores da Usina. Logo, logo começaria a onda de desemprego. Para onde iria tão grande massa de mão de obra? Os empresários de Andradina não souberam aproveitar do momento para consolidar o progresso da cidade. Tudo voltaria à estaca zero.
Foi realmente isto que aconteceu. Os trabalhadores da cidade, velhos e jovens que trabalhavam na Usina, procuraram novos postos de trabalho. Uns tornaram-se “barrageiros”, indo sempre morar onde estava sendo construída alguma Usina. Outros, os mais jovens, foram para outras cidades distantes e maiores, em busca de melhores oportunidades de estudo e trabalho.  Andradina, apelidada de Metrópole de Urubupungá, agora estava desolada. O comércio perdia sua força e novas indústrias não foram instaladas.  
            O que é mesmo fazer pastoral numa realidade como esta?! 

BRASA QUENTE NA FOGUEIRA DA CONVERSAÇÃO
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