DECIDIR - 1
José Vanin Martins – 11/05/2.016
Tudo na vida é um continuo exercício
de decisões. Decidir nem sempre é fácil.
Há decisões em que temos ganhos ou perdas. Há decisões que quando
tomadas em conjunto tornam-se mais fáceis. Há decisões que são para mudar
coisas e muitas coisas não dependem de nós. Há decisões que nos colocam como
vindas de Deus. Ai as coisas se complicam, pois nem sempre temos a mesma ideia
sobre aquilo que se diz ou não vontade de Deus.
A única vontade de Deus é que nos
amamos. Tudo mais é interpretação desta ou daquela estrutura religiosa. Quando
a vontade de Deus torna-se compreendida e aprisionada dentro desta ou daquela estrutura tudo se empobrece. Nem nós homens,
nem nossas estruturas criadas, podem conter e compreender a grandeza do amor
misericordioso de Deus.
Nem na sua manifestação humana, em
Jesus Cristo, Deus deixou um esboço da estrutura da religião por ele desejada. Sua única vontade,
manifestada é o AMOR que tomou força de mandamento. Todos os seus ensinamentos,
ordenanças e principalmente exemplo se traduzem na prática do AMOR. O que ele pediu, a união de todos, tornou-se hoje o maior obstáculo, pra realizar seu plano
de AMOR.
Outro grande obstáculo, que vejo, na
compreensão de Jesus, é a sua própria encarnação. É ele ter se despojado de sua
divindade e querer ser reconhecido, amado e ajudado na pessoa do empobrecido.
Jesus dessacralizou todos os lugares e pessoas sagradas do culto para tornar o OUTRO,
especialmente o empobrecido, o único sacrário desejável, onde Deus pode ser
encontrado.
DECIDIR – 2
José
Vanin Martins – 11/05/2.016
A decisão de AMAR é a mais difícil e a
mais acertada. AMAR é o único mandamento deixado por Jesus. Ele viveu este AMOR
ao não ter apego em ser DEUS e tornar-se um de nós. DEUS se fez carne e habitou
entre nós. Enquanto na terra viveu, passou sua vida fazendo o bem, motivado
pela compaixão que tinha do povo sofrido. O critério último de salvação que ele
deixou é o atendimento das necessidades do empobrecido: alimento, água, casa,
vestuário, saúde e liberdade (Mt 25,31-46).
A primeira experiência da uma
estruturação da Igreja, logo depois de Jesus Ressuscitado, esteve ligada à
experiência da organização da caridade.
Em Atos 2,42-47 fala desta experiência tão marcante: tinham tudo em comum...
porque havia a partilha dos bens segundo as necessidades de cada um. Como fruto
desta prática Atos 4,32-35 afirma a grande novidade que entre eles não havia
indigente algum.
Acredito que em seus cultos, os
apóstolos proclamavam que quem quisesse lembrar-se de Jesus e com Ele
encontrar, amassem uns aos outros e de preferência fossem lembrados os mais
empobrecidos.
As Igrejas devem proclamar onde
Jesus quer ser encontrado. Devem ter a humildade de proclamarem que Jesus não
quer ser encontrado nas Igrejas e sim onde estiver um irmão, qualquer irmão que
seja desde que esteja necessitado.
Para que as Igrejas tenham esta
prática é preciso muita comunhão com Deus, é preciso uma espiritualidade
encarnada no amor. É preciso que todo culto, todo louvor, toda celebração
proclame que Deus está bem perto, como no tempo de Jesus, na manjedoura de
Belém, nas casas sem berço. Quem tem olhos para ver que veja.