segunda-feira, 23 de maio de 2016

DECIDIR – 6


            Vou à Igreja em busca de Jesus, sem muitas vezes saber para que Ele veio.
Jesus na sinagoga de Nazaré, no início de sua carreira, lendo as escrituras, disse para que veio. “O Espírito do Senhor está sobre mim para:
1.      Anunciar a Boa Notícia aos pobres;
2.      Proclamar a libertação aos presos;
3.      Recuperação da vista aos cegos;
4.      Libertar os oprimidos; e
5.      Proclamar um ano de graça do Senhor .
«Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabam de ouvir Lc.4,16-21».
      Seria para isto mesmo que veio Jesus? Até João Batista, já preso,  alimentou esta dúvida, ouvindo falar a respeito das obras de Cristo. Mandou que seus discípulos lhe perguntassem: «És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?» Jesus reafirma esta sua responsabilidade e acrescenta: “6 E feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim! Mt.11,3-6 ».
Jesus está se responsabilizando, como pessoa, com os pobres, os presos, os cegos, os oprimidos e proclamar um ano de graça do Senhor. Segundo diz a bíblia, este ano, é  o ano em que todas as dívidas dos empobrecidos é para ser perdoada.
Quem vai continuar esta responsabilidade de Jesus? Esta responsabilidade é para ser continuada para quem quer ser cristão. Cristão e não “cristinho”. Cristão no aumentativo.
Fico feliz ao ver padres e pastores assim evangelizando as pessoas que vão às Igrejas...ou ficaria revoltado e escandalizado?

sexta-feira, 20 de maio de 2016

DECIDIR – 5
A decisão mais difícil é onde, em qual grupo, em qual igreja encontro o melhor caminho para seguir o que Jesus ensinou. O leque de opções, só dentro do cristianismo é farto. Na Igreja Católica, embora seja una, há paróquias com suas igrejas para todos os gostos. Nas Igrejas Evangélicas a variedade de ofertas é maior ainda.
Mas é preciso ir à Igreja? É preciso congregar? Posso cair na armadilha da soberba espiritual. Buscar Deus numa prática isolada, individualista e descomprometida. Pela proposta de Jesus, acredito que é mais fácil e verdadeiro o encontro com Deus quando estou num grupo de fé, onde exista o discipulado para o amor e a solidariedade. Encontro com Deus no encontro de irmãos.
Tento fugir de muitas Igrejas que permitem uma presença “anônima”. Consigo entrar e sair sem ser incomodado e sem incomodar alguém. Vou para meu encontro individualista e egoísta com o meu Deus. Mesmo quando existe alguma prece comunitária e um louvor envolvente posso ficar na minha e numa boa.
Desconfio das Igrejas que usam dos dízimos, ofertas, campanhas, quermesses só para sua própria manutenção, esquecendo-se dos empobrecidos. Com tantas Igrejas no centro e nas periferias os necessitados, os preferidos do Pai, continuam sendo a maioria. Poderia acontecer uma comunhão entre as Igrejas do centro e as da periferia?
Tenho medo da Igreja que possa ser chamada de “covil de ladrões” como Jesus chamou o Templo no seu tempo.
Fico feliz com as Igrejas onde o montante maior da arrecadação continua sendo para que os empobrecidos se promovam com dignidade. Aí me encontro em paz e entro em comunhão com Deus.

terça-feira, 17 de maio de 2016

DECIDIR – 4
José Vanin Martins 11/05/2. 016

            A pessoa de Jesus é apaixonante. Ele, independente de ser filho de Deus, para quem tem fé, é um líder nato. Em poucos anos, três anos de trabalho atuante, conseguiu formar um grupo fiel de seguidores. Seguidores que continuaram sua missão com coragem de doarem a vida pelo próprio amigo.
            A mensagem e vivência do AMOR foram a chave de tal sucesso. No grupo nem todos eram perfeitos. Entre os doze houve o interesse de quem seria o maior, Houve o problema da corrupção pela ambição do dinheiro do próprio Judas, o tesoureiro do grupo.  Houve as atitudes intempestivas de Pedro e sua negação. 
            A crença na RESSURREIÇÃO deu energia e entusiasmo para que a missão continuasse. A vida continua depois da morte. Antes da morte todos devemos fazer da vida uma experiência, um laboratório de amor, para aprender ter misericórdia, compaixão e partilhar. Construir um mundo novo, o REINO DO PAI, onde o fruto da justiça garanta vida e vida em abundância para todos.
            A comunidade iniciante tentou viver esta experiência de amor debaixo da liderança de Pedro. Continuou entre eles a preocupação central de Jesus, os empobrecidos. Os apóstolos criaram a primeira organização necessária: o diaconato que é o serviço organizado na distribuição das ofertas entre as viúvas necessitadas. Acharam por bem que quem ministra a palavra, quem preside a comunidade, não deveria ficar envolvido com o dinheiro. São serviços necessários que se somam.
            A experiência inicial de Igreja foi comunitária, pequenos grupos sob a liderança de um iniciado na experiência do amor, segundo os ensinamentos de Jesus. A igreja não pode se tornar uma sociedade anônima.   


segunda-feira, 16 de maio de 2016

DECIDIR – 3

            Jesus teve uma grande sabedoria: Transformou a celebração da CEIA PASCAL que era celebrada anualmente pelos Judeus na CEIA de sua própria vida oferecida de uma vez para sempre. Em cada celebração da ceia, Deus renova sua decisão, de sempre continuar doando vida, sua vida, em Jesus Cristo.
Por cinco vezes os evangelhos narram que Jesus partilhou com os apóstolos sua decisão de dar comida para o povo. Ele não queria que o povo passasse fome. O pão nosso de cada dia nos daí hoje. Lugar de ceia, lugar de refeição é lugar de celebração. Feliz de quem tem o pão para partilhar e agradecer todos os dias.
            Jesus quer, que assim como acontece com pão da ceia, todos os demais pães sejam para sempre partilhados, dentro ou fora das Igrejas. Ai Jesus também é encontrado e comungado. Esta prática tornou-se comum nas primeiras comunidades cristãs.
            Onde há ceia, onde há refeição ninguém pode ficar de fora. A ceia, nos cultos, em qualquer que seja a Igreja deve ser sinal que ai já acontece o cuidado pelos empobrecidos. Paulo chama atenção daqueles que tem com fartura e se esquecem de partilhar com o irmão que necessita. 1Corintios 11,17-34. Na CEIA DO SENHOR todos devem estar saciados.

            Tiago 1,26-27 nos deixa o lembrete que a prática da religião verdadeira consiste em assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e em guardar-se livre da corrupção. Para muitos é confortável a Igreja onde os pobres ficam longe sem molestar.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

DECIDIR - 1
José Vanin Martins – 11/05/2.016

            Tudo na vida é um continuo exercício de decisões. Decidir nem sempre é fácil.  Há decisões em que temos ganhos ou perdas. Há decisões que quando tomadas em conjunto tornam-se mais fáceis. Há decisões que são para mudar coisas e muitas coisas não dependem de nós. Há decisões que nos colocam como vindas de Deus. Ai as coisas se complicam, pois nem sempre temos a mesma ideia sobre aquilo que se diz ou não vontade de Deus.
            A única vontade de Deus é que nos amamos. Tudo mais é interpretação desta ou daquela estrutura religiosa. Quando a vontade de Deus torna-se compreendida e aprisionada dentro desta ou daquela  estrutura tudo se empobrece. Nem nós homens, nem nossas estruturas criadas, podem conter e compreender a grandeza do amor misericordioso de Deus.
            Nem na sua manifestação humana, em Jesus Cristo, Deus deixou um esboço da estrutura da  religião por ele desejada. Sua única vontade, manifestada é o AMOR que tomou força de mandamento. Todos os seus ensinamentos, ordenanças e principalmente exemplo se traduzem na prática do AMOR.  O que ele pediu, a união de todos, tornou-se  hoje o maior obstáculo, pra realizar seu plano de AMOR.

            Outro grande obstáculo, que vejo, na compreensão de Jesus, é a sua própria encarnação. É ele ter se despojado de sua divindade e querer ser reconhecido, amado e ajudado na pessoa do empobrecido. Jesus dessacralizou todos os lugares e pessoas sagradas do culto para tornar o OUTRO, especialmente o empobrecido, o único sacrário desejável, onde Deus pode ser encontrado. 


DECIDIR – 2
José Vanin Martins – 11/05/2.016

            A decisão de AMAR é a mais difícil e a mais acertada. AMAR é o único mandamento deixado por Jesus. Ele viveu este AMOR ao não ter apego em ser DEUS e tornar-se um de nós. DEUS se fez carne e habitou entre nós. Enquanto na terra viveu, passou sua vida fazendo o bem, motivado pela compaixão que tinha do povo sofrido. O critério último de salvação que ele deixou é o atendimento das necessidades do empobrecido: alimento, água, casa, vestuário, saúde e liberdade (Mt 25,31-46).
            A primeira experiência da uma estruturação da Igreja, logo depois de Jesus Ressuscitado, esteve ligada à experiência da organização da caridade.  Em Atos 2,42-47 fala desta experiência tão marcante: tinham tudo em comum... porque havia a partilha dos bens segundo as necessidades de cada um. Como fruto desta prática Atos 4,32-35 afirma a grande novidade que entre eles não havia indigente algum.
            Acredito que em seus cultos, os apóstolos proclamavam que quem quisesse lembrar-se de Jesus e com Ele encontrar, amassem uns aos outros e de preferência fossem lembrados os mais empobrecidos.
            As Igrejas devem proclamar onde Jesus quer ser encontrado. Devem ter a humildade de proclamarem que Jesus não quer ser encontrado nas Igrejas e sim onde estiver um irmão, qualquer irmão que seja desde que esteja necessitado. 
            Para que as Igrejas tenham esta prática é preciso muita comunhão com Deus, é preciso uma espiritualidade encarnada no amor. É preciso que todo culto, todo louvor, toda celebração proclame que Deus está bem perto, como no tempo de Jesus, na manjedoura de Belém, nas casas sem berço. Quem tem olhos para ver que veja.