sexta-feira, 31 de julho de 2020

SE FOSSE HOJE -7

SE FOSSE HOJE   (7)

COMO SERÁ O INFERNO        

José Vanin Martins – julho 2020

 

      Não acredito no inferno, como um lugar, onde a pessoa excluída do céu, levará a vida, num fogo eterno de sofrimentos. Como todas as pessoas, o Homem Jesus, deu a sua explicação, com os valores e cultura da época, de como seria diferente a vida eterna dos bons e dos maus.

João, preparou o povo para a chegada de seu primo Jesus, ensinando:

a.      «Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem. E quem tiver comida, faça a mesma coisa».

b.     Para os cobradores de impostos: «Não cobrem nada além da taxa estabelecida».

c.      Para os soldados: «Não maltratem ninguém; não façam acusações falsas, e fiquem contentes com o salário de vocês».

E dizia para todos: “O machado já está posto na raiz das árvores. E toda árvore que não der bom fruto, será cortada e jogada no fogo...que não se apaga.(Lc 3,1-17)

O Homem Jesus, na prática de sua missão reafirmou os ensinamentos de João:

a.     Quem desrespeitar o irmão com palavras ofensivas, Deus recusa até a oferta. (Mt 5,21-26)

b.     Todos os que fazem o os outros pecar e praticam o mal. (Mt 13,41-43.49-50)

c.      Quem escandalizar as crianças e/ou fazer alguém pecar. (Mc 9,42-49)

d.     , Quem mesmo podendo, não faz o bem para os que passam necessidades. (Mt 25,31-46)  

e.      Quem arrisca deixar para fazer o bem na última hora. (Lc 16,19-31; 17,24-37)

João e o Homem Jesus, viveram a mesma utopia de uma sociedade de iguais, nem ricos e nem pobres. (Lc 3,5-6) Tinham a mesma certeza, a salvação é para todos;(Lc 19,10; Jo 3,16; 6,36-40) DEUS, SEU PAI, É BOM e faz o sol brilhar e dá a chuva sobre os bons e os maus. (Mt 5,43-48) Foi o Homem Jesus quem nos ensinou amar nossos inimigos, e faz uma proposta audaciosa: “sejam perfeitos, assim como é perfeito o Pai de vocês.

A salvação foi garantida para todos, no momento em que JESUS diz para o PAI, “Perdoa porque eles não sabem o que fazem” (Lc 23,24).

Na mesma hora em que cada um morre, no meu, imaginário teológico, passa pelo fogo do arrependimento; a pessoa vê com total transparência, diante de Deus e de todos, o bem que pode fazer e fez; e, vê igualmente todo bem que pode fazer e não fez e ainda todo mal que conscientemente praticou. Nesse momento acabam todas as ilusões. (1Cor 3,10-15)  JÁ É A ETERNIDADE. A medida do tempo é impensável. Num segundo, o AMOR E O PERDÃO DE DEUS SE MANIFETAM. TODO BEM PRATICADO, POR MENOR QUE SEJA, SERÁ IMENSAMENTE VALORIZADO E PREMIADO. TODO MAU SERÁ QUEIMADO, MAS A PESSOA SERÁ SALVA. Cada gesto de amor, torna-se uma moeda para a vida eterna e dá o direito para uma das casas que o próprio Deus nos preparou. (Jo 14,1-2)

(Hoje, encerro essa série de 7 reflexões; obrigado pelos que leram e se manifestaram)

 

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terça-feira, 28 de julho de 2020

SE FOSSE HOJE

SE FOSSE HOJE   (6)

SOMOS NÓS QUE FAZEMOS A VIDA, COMO DER, OU PUDER, OU QUISER

 Gonzaguinha

José Vanin Martins – julho 2020

 

A liberdade é o maior presente que recebemos junto com a vida. “Somos nós que fazemos a vida, como der, ou puder ou quiser”. Gonzaguinha Uma vez, recebido o presente da vida, fazemos dele, o que queremos. Temos a proposta do homem Jesus para continuar vivendo, depois da morte, ou melhor, depois da passagem-páscoa para a vida, agora, eterna.

Jesus homem percebeu bem claro, as armadilhas que podem nos afastar do prêmio da vida eterna. Eu, acredito que a vida eterna, será um presente do Pai para todos. O mesmo Pai que manda a chuva, o sol para os bons e para os maus, (Mt 5,44-45) é, quem dará a salvação para todos, bons e maus (Jo 3,16). Na cruz, o Homem Jesus, tanto acredita no homem que pede o perdão para todos, porque os que erram não sabem o que fazem. (Lc 23,34) 

 O Homem Jesus, acredita, quanto mais alguém for capaz de amar, tanto mais terá uma morada melhor na vida eterna. (Mt 5,12; 10,40-42; 25,31-46; Lc 6,35; 14,13-14; Jo 14,2;)   A VIDA ETERNA fica no REINO DE DEUS, DO CÉU. Conquistar e ficar no reino de Deus, é como encontrar um tesouro, uma pérola preciosa; compensa fazer todo sacrifício para essa conquista; para melhor compreensão, como entre seus ouvintes tinha muitos pescadores, Jesus TAMBÉM comparou o reino do céu como uma boa pescaria. (Mt 13,44-50)

O Homem Jesus, sabe o quanto somos tentados pela ganância de mais riqueza e nos adverte:

a.      A riqueza é uma ilusão no meio de espinho: (Mt 13,7.22)

b.     É uma ilusão querer acumular (aumentar o capital): (Lc 6,12-21)

c.      Depois da morte não há mais tempo para fazer o bem. (Lázaro): (Lc 16,19-31) 

d.     Não fechar os olhos para quem vive sem as necessidades básicas: (Mt 25,40-46)

e.      Não fechar os olhos para os abandonados nas ruas (o bom samaritano): (Lc 10,35-37)

f.      Usar da religião para ganhar dinheiro; (Mt 23,14-23)

g.     Deixar de dar ajuda para os pais, porque a oferta é para Deus: (Lc 15,3-9)

h.     Ser religioso ambicioso, ganancioso: (Mt 23,25; Lc 16,13-15; 20,45-47)

O Homem Jesus, não é contra o rico. Todos nós somos administradores na vida, dos bens recebidos e devemos multiplica-los, sem medo e sem preguiça. O IMPORTANTE é saber, se na destinação do multiplicado ESTÁ PRESENTE, A PARTE PARA O EMPOBRECIDO, E PARA O INJUSTIÇADO. Como modelo desse rico, está ZAQUEU (Mt 19,1-10) , muito admirado por JESUS HOMEM, e também o GRUPO DE MULHERES QUE AJUDAVAM JESUS E SEUS DISCÍPULOS COM O QUE ELAS POSSUIAM. (Lc 8,1-3) 

Sempre, devo-me perguntar: como estou administrando na vida, tudo que recebi? Aceito a proposta de Jesus, que toda riqueza tenha uma função social?

 

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domingo, 26 de julho de 2020

SEM MEDO DA MORTE

SEM MEDO DA MORTE

José Vanin Martins – Julho 2020

 

            Aqui na terra, a minha e a missão de todos, é trabalhar, amar, como Jesus amou e agiu para que tenha muita vida e vida em abundância. Mas é difícil, é uma grande luta, acabar com o egoísmo, a ganância que cria a corrupção, a injustiça, a miséria e o desamor que traz o sofrimento e a opressão para a grande maioria da humanidade. Foi nessa luta que Jesus encontrou a própria morte. Mas ele tinha uma certeza: o AMOR LIBERTADOR TRAZ A RESSURREIÇÃO E A VIDA. Essa é a vontade do PAI.

            O mais triste ainda é ver, como no tempo de Jesus, até hoje, usa-se da religião e religiosidade do povo, ou para um sofrimento resignado, ou para o desejo de uma prosperidade, vinda como graça, recompensa de Deus, pela prática da própria religião. Como no tempo de Jesus, a maioria dos religiosos perderam o dom da profecia que denuncia e condena as pessoas do poder, de todo poder político ou religioso, pela ignorância, miséria e doenças das pessoas. Continua ainda no esquecimento da maioria dos ministros religiosos o pedido de Jesus, por seis vezes: Vocês vão organizar e dar de comer para esse povo. (Mt 14,16; 15,32;  Mc 6,37; 8,2-5; Lc 9,13; Jo 6,5). Lendo o texto, apenas como um milagre, sentem-se dispensados do cumprimento dessa ordem.

            Ainda ouço de Jesus nos animando: “Mas eu não estou sozinho, pois o Pai está comigo. Eu disse essas coisas, para que vocês tenham a minha paz. Neste mundo vocês terão aflições, mas tenham coragem; eu venci o mundo». (Jo 16,32-33)

                       

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sábado, 25 de julho de 2020

SE FOSSE HOJE - 5

SE FOSSE HOJE   (5)

A VIDA “É O SOPRO DO CRIADOR, NUMA ATITUDE REPLETA DE AMOR” Gonzaguinha

José Vanin Martins – julho 2020

 

      Perder o medo da morte, “Ninguém quer a morte, só saúde e sorte”, assim canta Gonzaguinha. Pode ser que alguns tenham sorte, mas a verdade é que a vida “sopro do criador” precisa ser cuidada e não pode ser maltratada. O homem Jesus, vivendo numa região pobre- da Palestina, sentiu na própria pele a exploração dos romanos e de uma grande parte das principais autoridades religiosas. Jesus, muito bem sabia que viver com saúde não dependia apenas da sorte.

      Agora em tempos de COVID 19, creio que Jesus diria abertamente: essa pandemia, já vinha sendo preparada por muito tempo pelos egoístas e ambiciosos que não respeitam as leis da natureza e nem a dignidade humana. Diria bem claro: o covid-19 não é vontade de Deus que é Pai e sim desgraça produzida pela desatenção das autoridades pelo saneamento básico, falta de educação e condições de trabalho digno para o povo.

      Ainda Jesus protestaria contra o sistema religioso que fica adorando Deus nas alturas, gastando fortuna na construção e sustentação da estrutura religiosa e esquecendo-se de ver Deus na pessoa do empobrecido, sua verdadeira presença aqui na terra, que precisa de pão para comer (Mt 14,16; 15,32-49).

      Como tenho um grande grupo de amigos, já na faixa dos setenta, quero lhes dizer, que ainda é tempo de nos prepararmos melhor para a vida que é eterna. Jesus nos alerta, na casa do PAI existem muitas moradas, (Jo 14,1-4) que serão distribuídas, conforme o mérito, que tem como moeda, a prática do AMOR, melhorar a QUALIDADE DE VIDA de todos os empobrecidos;  (Mt  6,19-21  25,31-46) Jesus ainda fala da oportunidade oferecida, para quem, mesmo com o dinheiro injusto, vai praticar a caridade .(Lc 16,9-12) Pobre sempre existirá na terra, empobrecido pela ambição da riqueza de alguns e outros excluídos pelas condições seja de trabalho, de saúde, de escolaridade, de racismo, e...

      Companheiros, vamos dar crédito às palavras do Homem Jesus. Ele fala com autoridade, obedecendo sempre a VONTADE DO PAI, que nos quer ver na VIDA ETERNA! Ainda é tempo de nos prepararmos.

 

 

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quinta-feira, 23 de julho de 2020

SE FOSSE HOJE   (4)

EU SEI, EU SEI / QUE A VIDA DEVIA SER / BEM MELHOR E SERÁ  - Gonzaguinha

José Vanin Martins – julho 2020

 

      Gonzaguinha nos encanta com sua música: “o que é, o que é”. O que é a vida? Ele afirma: “Ninguém quer a morte, Só saúde e sorte”. O que é a vida –pergunta que me faço e, também já fiz para muitos companheiros.

      Os jovens de meu tempo, hoje são todos adultos e a maioria já está na faixa dos idosos. Digo que não tenho medo da morte. Em 1940, quando nasci, a longevidade era de 45,5 anos. Busquei a vida e estou chegando na casa dos oitenta..., mas como dizem, os depois de oitenta, já estamos com a data de validade vencida. No tempo de Jesus a longevidade não ia além dos 40 anos. A faixa de longevidade do tempo de Jesus, começou aumentar só na década dos quarenta, quando eu nasci. Demorou mais de dois mil anos. Foi muito bom.

O que torna a vida de Jesus Homem, diferente da nossa, são duas verdades, duas crenças, dois pilares, duas referências que sustentaram toda sua vida e toda sua utopia; 1ª. A grande confiança no PAI. Com Maria Jesus aprendeu olhar Deus como PAI e fez de tudo para compreender e fazer a vontade do PAI. (Jo 5,30)   2ª. A certeza, a VIDA É ETERNA, e é um tesouro, é uma pedra preciosa que ele quer que todos tenham.

 Jesus tinha muito apego à sua vida. Para animar os apóstolos, com medo da morte, Jesus tinha um certo orgulho ao dizer: “Ninguém tira a minha vida; eu a dou livremente. Tenho poder de dar a vida e tenho poder de retomá-la.” (Jo10,18) Jesus colocou como sua missão: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância, (Jo 10,10) e essa vida É ETERNA.

Com qual referência conduzo a minha vida? Vivo só para manter a minha vida aqui na terra, ou dou tanto valor à vida e quero que ela seja para sempre, eterna? Sobre essas verdades, Jesus nos deixou exemplo de vida e muitos ensinamento. Vamos ver.

 

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segunda-feira, 20 de julho de 2020

VIRA ESSA BOCA PRA LÁ - 3

SE FOSSE HOJE   (3)

“VIRA ESSA BOCA PRA LÁ”

José Vanin Martins – julho 2020

 

      Em conversa com um amigo sobre a COVID19, comentava sobre o grande número de mortos e, mais ainda, já está levando alguns de nossos companheiros; quem poderia ser o próximo? Nós que estamos na faixa dos setenta para cima? Ele não gostou da pergunta e foi logo dizendo: “vira essa boca pra lá”.

      Como Jesus se portou diante da morte? Ele bem sabia que suas palavras e atitudes estavam ofendendo os donos do poder religioso, os sacerdotes e os ricos. Sabia que por isso seria julgado e condenado à morte. (Mt 16,21) Quando chegou perto do perigo da morte apelou para o Pai: “«Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice. Contudo, não seja feito como eu quero, e sim como tu queres. » (Mt 26, 39.42) E finalmente quando chegou a hora da morte, Jesus até se sentiu abandonado pelo Pai, e deu um grito: «Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? » (Mt 27,46)

      Jesus teve medo da morte, mas não se acovardou diante dela. Pelo contrário, Jesus coloca sua vida num cálice e oferece ao Pai. Em cada Missa, em cada Ceia, se faz presente o gesto de oferecer a vida de Jesus e também a nossa.

      Assim me vem um pensamento; Hoje, Jesus denunciaria todos os donos de poderes religiosos e dos poderes da justiça para que mudassem de vida, deixassem de explorar o povo, principalmente os mais pobres. (Mt 2.3,13-23) Jesus, com certeza, denunciaria a construção dos grandes e caríssimos templos construídos com as “moedinhas” das viúvas e dos pobres. (Lc 18,1-8; 21,1-4) Na leitura, da observação de Jesus, sobre a viúva que depositou sua moedinha nos cofres do Templo, muitos usam desse texto, para tirarem dos empobrecidos até a última moeda; eu já leio, vendo nesse texto a denúncia de quanto foi longe a exploração.

      O que deu coragem para Jesus enfrentar até a própria morte?

 

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quinta-feira, 16 de julho de 2020


LEMBRANÇAS QUE CHEGAM 
OS QUADRADOS DA VIDA (2)
José Vanin Martins – julho 2020

            É bom cada qual viver em seu quadrado? Tudo que é quadrado me cheira mal. Por alguns poucos anos fiz um trabalho voluntário na Agência Prisional de Aparecida de Goiânia. Não é nada bom viver no quadrado das celas, onde o convívio é forçado e sufocante.      
            Agora, são as famílias do mundo todo, convocadas para conviverem nos   quadrados de suas casas. Hoje a mídia nos oferece muitas válvulas de escape... mas nenhuma delas acaba com o gostinho e a alegria de um abraço. Ouve-se a voz, vê-se a imagem..., mas sempre existe o dissabor da ausência, do cheiro, do abraço, do aperto de mão.
            Nesse tempo do Covid-19, corro o risco de me ausentar mais e mais daqueles que amo. Felizes daqueles que continuam a comunicação pelos telefonemas, WhatsApp, zoom e outras mídias. Confesso que tenho dificuldades em usar esses meios e com isso saio perdendo. Gosto que meus amigos cheguem até mim, mas tenho dificuldades de sair do meu quadrado e chegar até vocês, pois foi essa a formação e experiência que tive em boa parte de minha vida.
            Deixar de ser egoísta e ouvir o apelo silencioso, do amigo que está isolado, calado, depressivo, adoentado, ou até passando necessidades financeiras, deve-se tornar a atitude necessária nesse momento. Sair de meu quadrado, é como me lembrar do samaritano que atendeu com solicitude aquele que foi assaltado, agredido e abandonado.  
            Dentro de meu quadrado do Covid-19, é fácil deixar-me levar pelo egoísmo e fechar meus ouvidos, meus olhos, minhas palavras, meu coração para aqueles que estão prisioneiros nos seus próprios quadrados, sem ser por vontade própria. Posso igualmente tornar-me prisioneiro dentro do meu próprio quadrado e deixar de praticar o exercício do amor, a única prática libertadora de todos os quadrados.

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quarta-feira, 15 de julho de 2020


LEMBRANÇAS QUE CHEGAM 
OS QUADRADOS DA VIDA (1)
José Vanin Martins – julho 2020

            É tempo de COVID-19. Tenho muito tempo para usar. Acordei às 02,30hs e quando me dei, já estava pensando. O pensamento levava-me a pensar nos quadrados da vida, no presente e no passado...mas principalmente em mim mesmo.
            Penso que sempre vivi num quadrado. Na minha primeira infância vivi longe de tudo que fosse parente. Não tive a convivência com avós, tios e primos. Meus pais, quando tinha 5 meses de nascido, em Vera Cruz, Sp. saíram de perto de todos os parentes e se mudaram para Andradina, SP., mais de 300 km, distante de tudo e de todos os parentes. Não havia comunicação, nem por asfalto, muito menos por telefone. Era a busca pela sobrevivência e por uma vida melhor.
Cresci em Andradina no quadrado de um quintal. Alguns poucos meninos da vizinhança, podiam brincar no grande quintal de minha casa..., mas eu não podia sair fora do quintal. Por que? Não sei, só sei que minha mãe não me deixava. Tenho a minha irmã CONCEIÇÃO, três anos mais velha que ainda hoje se lembra dos cuidados que tinha comigo, mas não me lembro de ficar brincando com ela. Somos os dois sobreviventes de seis irmãos.
Quando me dei conta, com dose anos, sai do quadrado do quintal de minha casa e entrei no quadrado do seminário menor, em Lins, SP, distante 200km. de Andradina. A minha intenção foi estudar para ser padre. No quadrado do seminário menor, aprendi ter cuidado com as “panelinhas”, os pequenos grupos de amizades..., e essa aprendizagem valeu para os treze anos que vivi nos outros dois quadrados, Seminário Maior de Belo Horizonte, (filosofia) por três anos e Seminário Maior de São Paulo por quatro anos.
            Como padre, aprendi viver no quadrado da Paróquia, conviver com todas as pessoas e ter o cuidado para não me fixar com nenhuma.
            Agora, casado, perto dos meus oitenta anos, no quadrado de minha casa, em plena covid-19, vendo cada um de meus filhos e amigos, vivendo no quadrado de suas casas, vieram à minha lembrança, os muitos quadrados de minha vida. e, hoje concluo que viver em quadrados, só mesmo por necessidade da própria vida.

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