DEPENDÊNCIA, PERDÃO E
ABRAÇO.
José Vanin Martins – Fev
2.018
É bom saber, que
embora tardiamente, a medicina reconhece toda dependência (obsessão e
compulsão), seja pelo que for: álcool,
alimentação, outras drogas, jogo, sexo, consumo...) tudo isto é uma doença. Tudo que é doença não nos deve trazer
orgulho.
Todo doente merece
respeito e tratamento. A doença se agrava quando o seu portador é taxado com
qualquer adjetivo pejorativo. Ainda a ciência da neurologia e psicologia está engatinhando na descoberta das causas
desta doença.
Os portadores da
dependência, normalmente sofrem com o desprezo daqueles que se consideram
fortes e vencem com facilidade a obsessão e compulsão. Para muitos, ou quase
todos, o gordinho e o viciado, precisam é de “vergonha na cara”, ou força de
vontade.
Não sou cientista e
nem psicólogo. Mas pelo que observo, convivo e leio, todo dependente é de uma
riqueza de sensibilidade. Sofre mais do
que os outros, com a dor do viver, da decepção,
do desprezo, da frustração, da ansiedade, da concorrência, do fracasso, da injustiça, da desigualdade, da
separação, da dificuldade ou incapacidade de mudança ....
Nós, “sadios”, como jamantas pesadas, carregando nossas
indiferenças, nossa “dor de viver” passamos por cima de seus sentimentos,
exigindo uma perfeição, uma correção, uma produtividade, um otimismo sem respeito algum ao seu momento psicológico.
Vivemos presos na
redoma do trabalho, da tecnologia, do dever e do prazer, sem conseguir compreender que o sofrimento sentido pelo outro tem sua
origem numa doença que se desenvolve no ambiente provocativo ou facilitador que
nós criamos.
Lembro-me dos três
“c”: eu não causei, eu não controlo, eu não curo, mas acrescento um quarto
“c”: eu COMPREENDO o doente para
AMAR E EXIGIR. Bom seria começar pelo
PERDÃO E ABRAÇO.