segunda-feira, 23 de outubro de 2017

PRINCÍPIOS ÉTICOS DO AE
10º. PROMOVER A ESPIRITUALIDADE DO GRUPO FAMILIAR RESPEITANDO AS OPÇÕES DE CADA UM   - José Vanin Martins
1.   VER –
     Considero-me um ser espiritual. Sou também religioso. Tenho minha religião definida. Dentro da minha casa, da minha família existem pessoas de outras diferentes religiões e isto não impede que o grupo familiar tenha seus momentos comuns para promover a espiritualidade. Promover a espiritualidade não é promover alguma prática religiosa de uma determinada religião.
2.   É possível e até necessário que se promova a unidade entre tantas diferentes religiões, especialmente quando se vive na mesma família. Já no fim de sua vida terrestre, no capítulo 17 de João Jesus ora ao Pai pedindo pela unidade daqueles que na terra continuarão a sua missão. Por quatro vezes, Jesus pede: PARA QUE ELES SEJAM UM, SEJAM PERFEITOS NA UNIDADE.
3.   Como isto é possível quando cada um adora a Deus em templos diferentes e de maneiras diferentes? Esta resposta, a Samaritana ouviu de Jesus: «Mulher, acredite em mim. Está chegando a hora, em que não adorarão o Pai, nem sobre esta montanha nem em Jerusalém... 23 Mas está chegando a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e verdade. Porque são estes os adoradores que o Pai procura. 24 Deus é espírito, e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade Jo 4,21.23-24
4.   Adorar a Deus em espírito e verdade é, reconhecer sempre: “Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele 1Jo 4,16.” E João fala claramente:20 Se alguém diz: «Eu amo a Deus», e no entanto odeia o seu irmão, esse tal é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. 21 E este é justamente o mandamento que dele recebemos: quem ama a Deus, ame também o seu irmão 1Jo 4,20-21.”
5.   Promover a espiritualidade é promover toda forma possível de amar que constrói a unidade. Amar com respeito, amar com compreensão, amar com partilha, amar com perdão, amar com humildade, amar com serviços, amar com alegria, amar com zelo, amar com todo o seu ser. Assim fazendo promovemos a vida de Deus em nós e em todos os que amamos.
6.   AVALIAR:
- Tenho a presunção de apresentar a minha religião como a única e verdadeira?
- Tenho respeitado as diferentes práticas religiosas do outro?
- Tenho promovido a unidade entre os diferentes membros das diferentes religiões?
- Tenho promovido constantemente o amor que une os membros de minha família?
7.   AGIR:
- Descobrir a presença do AMOR DE DEUS nas pessoas de religiões diferentes da minha.
- Promover aquilo que une as pessoas dentro da mesma casa.

- Promover ou participar de momentos comuns de oração e/ou atividades com pessoas de outras diferentes denominações religiosas.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

29-  AMAR, O MELHOR CAMINHO – AMOR-EXIGENTE    José Vanin Martins
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SÉRIE  D-  10º.  PRINCÍPIO:  2 – A ESSÊNCIA DA FAMÍLIA REPOUSA NA COOPERAÇÃO, NÃO SÓ NA CONVIVÊNCIA  – PRINCÍPIO COOPERADOR
COM ENFOQUE EU E O OUTRO
1.     VER –
Como vejo o outro? O outro é sempre um mistério, mesmo os nossos filhos e aqueles com quem mais convivemos. Sempre vejo a aparência do outro e nem sempre a aparência revela o que ele está sentindo ou pensando. A aparência não revela a essência. No grupo familiar, marido e mulher se escolhem e querem uma experiência duradoura de vida a dois. Casam-se, supondo que tudo dará certo e que o outro escolhido, é a melhor escolha. Os dois não são parentes. Unem-se por um contrato. Já os filhos não são escolhidos, exceto em caso de adoção. Mas querer gerar o filho foi uma decisão e o filho sempre nasce dentro de uma caixa de surpresa que aos poucos vai se revelando. Filho é parente, é o mais próximo e normalmente o mais amado. É sangue de nosso sangue.
2.     Família é um processo construtivo. Nem o contrato civil, nem o casamento religioso, torna num passe de mágica, a família pronta. O primeiro valor a ser construído é o da cooperação. O casamento nunca pode tornar-se a soma do egoísmo de cada um. Cooperar sempre deixa uma parte para o outro realizar  ou para realizar com o outro. No início, a cooperação é à dois e em seguida vai-se multiplicando ou somando na medida em que os filhos nascem e crescem. Precisam, desde pequeninos, crescerem com a ideia de cooperação.
3.     Mais que convivência, o que constrói uma família é a cooperação. A cooperação nasce do afeto, da admiração, da gratidão, do respeito. Na cooperação reconheço-me como incompleto. Na realização da vida não é bom estar só. O outro é a minha parte inacabada, é para sempre meu auxiliar Gen 2,18.22.24). Sem o outro não existe a construção da família e é à família, enquanto família, pais e filhos se somando na cooperação que fazem surgir a força necessária para a construção do mundo.  Quando falta a cooperação, pode desaparecer a convivência, e a casa tornar-se apenas um amontoado de gente que se atrapalha.
4.     A grande aprendizagem começa pela admiração. Admirar as qualidades encontradas no outro que me levou a querer casar. Esta admiração deve ser para sempre. Depois admirar as qualidades que a criança dia a dia vai revelando. Agradecer a cada momento o bem do outro.  O outro é sempre um bem, uma riqueza. O outro não é meu concorrente, é a minha complementação. Sempre a admiração e gratidão devem ser acompanhadas do respeito. O outro ainda é um mistério inacabado. Ele tem muito mais para revelar e devo ser a parte que lhe completa para que a sua revelação sempre mais me surpreenda.
5.     AVAILIAR
        -  Observo, admiro o outro como parte necessária da minha realização?
- A minha família define-se mais por um amontoado de gente, por simples convivência ou pela cooperação?
- Em casa, já me portei como única do mundo com a responsabilidade de tudo fazer?
- As qualidades do outro me atrapalham, me ajudam ou são indiferentes?

6.     AGIR
- Observar, admirar e declarar para o outro as suas qualidades e riquezas.
- Fazer a listagem de todos os trabalhos dentro de casa e distribuí-los conforme a idade e o tempo de cada um, respeitando quando possível suas aptidões.
- Em casa, no trabalho, na sociedade, na Igreja tomar iniciativa de cooperar.


sábado, 7 de outubro de 2017

FÉ E CIDADANIA – 15   José Vanin Martinso
ENFRENTAR O MAR E TODA ADVERSIDADE

            A passagem do MAR VERMELHO tornou-se uma escrita épica valorizando ainda mais a libertação do povo judeu da escravidão do Egito.
            Primeiro vem o momento de pânico, de medo, desejo de voltar atrás e de questionar Deus pelos males da vida (Ex 14,9-12).
            Temos a resposta firme de Moisés que bem conhecia a região, as leis da natureza e confiava em Deus: «Não tenham medo. Fiquem firmes, e verão o que Javé fará hoje para salvar vocês. Nunca mais vocês verão os egípcios, como estão vendo hoje. 14 Javé combaterá por vocês. Podem ficar tranquilos Ex 14,13-14».
            Foi sabedoria de Moisés, aproveitar-se da hora da maré baixa para atravessar o povo (Ex 14,21-22). O que importa é que na memória ficou a certeza da intervenção milagrosa de Deus e o povo estava salvo. As leis da natureza foram deixadas por Deus na obra evolutiva da criação. Moisés soube ler os sinais da natureza, confiar e esperar o momento certo.
            Há momentos em que parece tudo perdido. Temos medo. Culpamos até Deus pelas dificuldades da vida. É preciso que cristãos prudentes e valentes como Moisés, saibam ler os sinais do tempo. Aproveitar brechas, marés exatas e fazer o povo avançar.
            A própria ambição pela riqueza e pelo poder que possibilita toda sorte de corrupção será a própria sepultura deles. O povo deve ter fé e estar preparado para avançar rumo a uma nova sociedade.

            Não é derrubar o poder para a troca do poder. É derrubar o poder para construir uma nova maneira de governar com justiça e solidariedade. Povo organizado faz isto acontecer.