ESPERANÇA EM TEMPOS DIFERENTES
José Vanin Martins – 17/05/2017

Há a esperança no tempo de criança.
Espera com ansiedade crescer e ficar grande.
Espera a hora de brincar,
Espera a hora de estudar,
Espera contrariada a hora de tomar banho,
Espera a mamãe ou papai chamar.

Há a esperança no tempo da adolescência.
Espera o corpo se moldar,
Espera a correspondência do primeiro amor,
Espera poder chegar logo na faculdade,
Espera quando for livre,
Espera o telefone tocar.

Há a esperança no tempo da juventude.
Espera o primeiro trabalho,
Espera um mundo novo,
Espera vencer na vida,
Espera fazer parte da revolução,
Espera a própria realização.

Há a esperança no tempo da vida adulta,
Espera dar certo no casamento,
Espera dar certo na profissão,
Espera dar certo na educação dos filhos,
Espera na mudança de governo,
Espera a estabilização.

Há a esperança no tempo da melhor idade,
Espera não ficar doente,
Espera não precisar dos outros,
Espera a alegria dos netos,
Espera de todos a compreensão,
ESPERA A ESPERANÇA NÃO SER EM VÃO!

QUERO FALAR DE ESPERANÇA

José Vanin Martins.  17/05/2017

            Quero falar de esperança. Falar de esperança que a vida pode ser bem melhor e será. Foi a esperança quem alimentou minha caminhada. Como esperei a transformação social e eclesial. Esperei esperançando para que acontecesse. Numa primeira avaliação pode parecer que tudo foi em vão.

            Lutei pela reforma agrária, pela reforma do direito de moradia, pela reforma da educação, pela reforma política. Lutei pela reforma eclesial, pelas comunidades de base, pela evangelização na e da igreja. Lutei pela qualidade de vida da família e dos jovens fora e dentro do sistema prisional. Seriam lutas contra moinhos de ventos?

                        Nesta esperança e luta, sei que alguns plantaram as sementes na terra que se se tornaram suas. Sei que alguns dormem hoje sossegados na casa sobre o terreno que lhes são próprios. Sei que muitos descobriram o gosto pelos estudos e hoje se orgulham com o diploma, fruto do sacrifício que fizeram. Sei que alguns com garra e suor lutaram pelo sonho de uma política nova e do povo e hoje, constrangidos pela decepção, não se envergonham de terem lutado, pois sabem que estavam certos. Sei de muitos que dentro ou fora das estruturas religiosas descobriram que ser cristão é ser profeta, onde quer que estejam e persistem nesta difícil missão. Sei de algumas famílias e jovens que reencontrando a esperança hoje vivem na alegria da sobriedade.     

Agora no começo ou final da terceira idade, o tempo, só Deus sabe, vejo que lutar não foi em vão. Foi a esperança e a luta que me fizeram caminhar, foi a esperança e a luta que me alimentaram e deram sentido ao meu viver. Hoje, alimentando-me de esperança, desafio, os jovens de ontem e os jovens de hoje, para redescobrirmos um novo jeito de lutar e avançar e de ser Igreja hoje, fiel ao modo de viver de JESUS.

Terra Prometida, Igreja Povo de Deus, é uma utopia tão grande, que não cabe dentro de uma única geração. Mas na soma de cada geração que se sucede, o mundo vai se humanizando em meio a todas as contradições. Uma certeza, os fracassos passam. Só a semente do AMOR E DA JUSTIÇA permanece para sempre. A vida é terna, é ternura e será ETERNA. 

É TEMPO DE PÁSCOA (6)

DEUS TEM ROSTO DE MÃE.

José Vanin Martins 13/05/2. 017

                    Hoje, neste domingo celebramos o DIA DAS MÃES. Comercialmente dá mais lucro que o DIA DOS PAIS.  Fico a pensar como o mundo será melhor quando reconhecermos DEUS COMO MÃE. Deus tem mais a ver com o PAI ou com a MÃE?!

Foi Jesus quem nos ensinou a chamar DEUS DE PAI. Ele mesmo se dizia FILHO DO PAI. Quem visse a JESUS estaria vendo O PAI.

Qual a imagem do PAI que Jesus nos mostrou?  Para mim, Jesus mostrou um PAI com o rosto de mãe, com o coração de mãe, com o zelo de mãe, com o carinho de mãe, com o amor de MÃE. Mãe que toma conta do filhinho doente, mãe que cuida do filhinho quando sai de casa, pensando nele e, quando sente aquela “angústia” que é só de mãe, é capaz, mesmo sendo de noite, ir em busca do filho (ovelha perdida). Mãe que consola, mãe que perdoa... chego a pensar que DEUS TEM MUITO MAIS JEITO DE MÃE, ROSTO DE MÃE do que de PAI.

Jesus só faltou chamar DEUS de MÃE. Para a sua época, mais machista ainda, seria a maior de todas as blasfêmias, pensar num DEUS COM AMOR DE MÃE, COM ROSTO DE MULHER. Quando no Antigo Testamento o autor quis revelar a grandeza do amor de Deus, ele registrou “Pode a mãe se esquecer do seu nenê, pode ela deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas? Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de você. 16 Veja! Eu tatuei você na palma da minha mão;” ^{(Is 49,15-16)}.

Neste dia das mães, vamos descobrir novas maneiras de amar, aceitando a orientação de João: “7 Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus. E todo aquele que ama, nasceu de Deus e conhece a Deus. 8 Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.”  ^{1Jo 4,7-8}

19-  AMAR, O MELHOR CAMINHO – AMOR-EXIGENTE       José Vanin Martins

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SÉRIE  D-01  5º.  PRINCÍPIO:  3 - A CULPA TORNA VOCÊ INDEFESO E SEM AÇÃO   

VER – EU E A SOCIEDADE  

1.     - Como nasceu e cresceu em minha vida o sentimento de culpa. Fui eu quem me culpei por primeiro ou foram os outros quem me culparam? Culpa de que? Culpado por quem? Quase sempre o sentimento de culpa nasce das próprias comparações que faço. Quero comparar o resultado da educação que dei dentro de minha casa com outras casas, seja de vizinhos ou parentes. Muitas vezes aproximo-me dos outros já me condenando por aquilo que não deu certo.

2.     - Fecho-me dentro de minha casa e até dentro de mim mesmo. Começo a ter medo do que o s outros irão dizer. Ninguém me disse nada, mas já me sinto condenado. Parece-me que todos vão apontar o dedo e me condenar. Condenar-me do que? A condenação que mais machuca é a condenação dos próprios filhos quando dizem: “eu sou assim por sua causa”. Esqueço-me que não existe lar perfeito. Nas famílias dos patriarcas, o desencontro entre irmãos, a briga entre os familiares não impediram que eles continuassem a luta pela vida e a busca de Deus.

3.     - A decisão de libertar-me deste sofrimento de viver culpando-me só depende de mim. Cada qual é responsável pelos seus próprios atos. Não posso assumir o peso da culpa do outro. Cada qual deve carregar sua própria cruz. Assim também não posso culpar o outro pela minha infelicidade. Sentir-se culpado pelos grandes defeitos que vejo nos outros, especialmente em meus filhos, impede-me de ver pequenas mudanças que preciso fazer para a vida tornar-me mais leve e feliz.

AVALIAR:

4.     - Já perdi muito tempo querendo controlar a vida dos outros?

- Já me senti desorientado quando me culparam de alguma coisa?

- A experiência de querer comparar a minha família com a do “vizinho” trouxe-me algum bem?

5.     - Conheço modelos de famílias na sociedade que servem de exemplo para as demais?

- O que mais me prejudica culpar alguém ou sentir-me culpada?

- Já culpei meu marido, meus filhos ou... pela minha infelicidade?

- Existe algum caminho para se libertar do sentimento de culpa?

AGIR:

6.     - Exercitar-se na confiança da capacidade do outro.

- Observar e apontar mais as qualidades do outro

 - Dê uma boa gargalhada quando se sentir culpada.

7.     - Deixar que o outro também assuma as consequências de seus próprios atos.

- Fechar os ouvidos e o coração para as acusações de culpas por parte de terceiros.

- Cair, errar é humano; levantar-se, corrigir-se é divino. 

DIA DO TRABALHADOR

1º./05/2017

  

            Aprendiz da vida. A primeira vez que fui escrever sobre o DIA DO TRABALHO, como está escrito na maioria dos calendários, um amigo chama-me atenção dizendo: “não diga dia do trabalho e sim DIA DO TRABALHADOR. Pense e descubra que é o TRABALHADOR quem é digno de toda homenagem e descanso”. Pensei e descobri que ele tinha razão.

            Em 2017 querem ou conseguiram tirar do trabalhador todos seus direitos e dignidade. Agora, mais do que nunca, com a introdução do “banco de horas trabalhadas”, o trabalhador que se prepare pra trabalhar mais, como máquina produtora, se quiser ganhar um pouco mais.

            Fiquei a pensar que se Jesus tivesse alguma influência seria lembrado como sendo o primeiro contra o banco de horas. Na Parábola dos Trabalhadores contratados para trabalharem em sua vinha (Mt 20,1-15), chamou atenção para a crise de desemprego, já naquela época; chama mais ainda a atenção pelo pagamento generoso que fez. Pagou para todos o mesmo valor, porque pagou para todos segundo as iguais necessidades. Os trabalhadores da Parábola, como os trabalhadores de hoje, estão desunidos e não lutam pelos seus iguais direitos.

            Tiago, com a mesma sensibilidade de Jesus, em sua carta, foi quem mais defendeu os trabalhadores e denunciou toda exploração que já naquela época se fazia. Suas palavras hoje parecem um tanto esquecidas. Por ser o DIA DO TRABALHADOR vamos relembrá-las: “1 E agora vocês, ricos: comecem a chorar e gritar por causa das desgraças que estão para cair sobre vocês. 2 Suas riquezas estão podres, suas roupas foram roídas pela traça; 3 o ouro e a prata de vocês estão enferrujados; e a ferrugem deles será testemunha contra vocês, e como fogo lhes devorará a carne. Vocês amontoaram tesouros para o fim dos tempos. 4 Vejam o salário dos trabalhadores que fizeram a colheita nos campos de vocês: retido por vocês, esse salário clama, e os protestos dos cortadores chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos. 5 Vocês tiveram na terra uma vida de conforto e luxo; vocês estão ficando gordos para o dia da matança! 6 Vocês condenaram e mataram o justo, e ele não conseguiu defender-se.” Tiago (5,1-6).