segunda-feira, 14 de julho de 2014

LEGADO… O QUE DEIXO.
José Vanin Martins – 14/07/2.014

O que vou deixar para meus bisnetos, netos e filhos? O que vou deixar para os meus amigos e companheiros de caminhada?  Como serei lembrado? ... estes pensamentos são coisas de idoso ou deveria ser assunto importante em toda vida, em todas as idades?
Cerco-me hoje, ainda pela internet, de um grupo de caminhada. Neste grupo já fui adulto, padre e educador  e eles eram ainda adolescentes e jovens. Hoje nos encontramos, todos, sem nenhuma exceção na idade adulta. Estamos em pé de igualdade. Alguns até já alcançaram a casa dos sessenta. Casei-me, como também todos casaram. Tive filhos e já tenho netos. A maioria também já tem netos. Que mundo encontramos nos anos 50, 60 e 70?  Em que mundo vivemos nos anos 14?  Voltamos para traz ou um século já  foi para frente?
Ontem preocupados em ter curso de datilografia para ter um melhor trabalho... e hoje nossos netos o que precisam?
Ontem vivendo em comunidade numa Paróquia recebendo um conhecimento e a tentativa de uma prática do evangelho para ser cristão. A comunidade até se chamava: CJC= Comunidade de Jovens Cristãos. Comunidade voltada para transformação social dentro de um governo militar e autoritário. Todos lutando e acreditando na mudança... e, os tempos passaram.  Hoje ainda lutamos?
Ontem, pouco ou muito, questionando a Igreja... Era tempo de ventos novos, era tempo de concílio, muita coisa estava mudando... o tempo passou. A igreja ou nós mudamos,  ou ...
Nada de ser saudosista. Os netos estão aí. O mundo, ontem e hoje,  sempre precisará de ser melhor. A igreja que se cuide, com a idéia de ser eterna, pode perder a ternura e ser indiferente à eterna necessidade do AMOR que se renova, único valor que transforma e valor de todos os tempos.
Hoje muitos,  fugimos das estruturas religiosas e das lutas sociais, filantrópicas e políticas.  Será que também perdemos o valor da espiritualidade?
Como nossa família nos vê hoje?  Indiferentes, ateus, aproveitadores,  acomodados, questionadores de lutas sem causa ou “teimosamente”  construtores de um mundo melhor?
Qual  a última e a melhor das contribuições, o melhor dos exemplos  podemos deixar  para a construção de  um mundo melhor para os netos que chegam?  O LEGADO  da herança financeira será o suficiente para que encontrem a felicidade?

Não adianta fugir. Daqui a pouco não mais estaremos... mas ainda  SEREMOS?

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Conversando – Ela está chegando
DIÁRIO DA MANHÃ `12/6/2014 
JOSÉ VANIN MARTINS
A droga, silenciosamente vai entrando em todas as casas.  Antes  pensava que a droga somente entrasse nas famílias desestruturadas ou fosse usada por marginais.
Hoje toda família pode conviver com um membro dependente químico; pode ser família empobrecida,  família da classe média,  família da classe alta;  famílias de baixo nível de escolaridade; famílias de doutores; famílias de prática religiosa e com sólidos princípios.  Nenhuma família está isenta de conviver com um dependente de droga.  A droga se tornou a epidemia do final de milênio e se projeta para o domínio do próximo. 
Numa primeira reação as famílias apavoradas se perguntam: em que errei?... Não adianta buscar resposta a esta pergunta. Ninguém errou.  Somos responsáveis. A culpa deixa a família imobilizada.
Temos que ter o bom senso e agir com rapidez. Nada de vergonha ou falso moralismo. Muitas famílias que podem, querem esconder o problema e colocam seus filhos em clínicas de alto custo, debaixo do maior sigilo. Por quanto tempo a redoma salvará?
Estamos diante de um doente, portador da doença da Adição. e doença é caso de política pública.  O governo timidamente está dando os primeiros passos, sejam bem vindos. É preciso a soma  de toda organização da sociedade civil para minimizar o avanço desta epidemia.
Adição é uma doença complexa reconhecida e classificada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) com o código CID-10. Já atinge 10% da população mundial:

Adição -  “Conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após repetido consumo de uma substância psicoativa, tipicamente associado ao desejo poderoso de tomar a droga, à dificuldade de controlar o consumo, à utilização persistente apesar das suas conseqüências nefastas, a uma maior prioridade dada ao uso da droga em detrimento de outras atividades e obrigações”. É uma doença bio-psico-sócio e espiritual. Vamos continuar esta conversa?