Conversando – Ela está chegando
DIÁRIO DA MANHÃ `12/6/2014
JOSÉ
VANIN MARTINS
A droga, silenciosamente
vai entrando em todas as casas. Antes pensava que a droga somente
entrasse nas famílias desestruturadas ou fosse usada por marginais.
Hoje toda família pode conviver
com um membro dependente químico; pode ser família empobrecida, família
da classe média, família da classe alta; famílias de baixo nível de
escolaridade; famílias de doutores; famílias de prática religiosa e com sólidos
princípios. Nenhuma família está isenta de conviver com um dependente de
droga. A droga se tornou a epidemia do final de milênio e se projeta para
o domínio do próximo.
Numa primeira reação as
famílias apavoradas se perguntam: em que errei?... Não adianta buscar resposta
a esta pergunta. Ninguém errou. Somos responsáveis. A culpa deixa a
família imobilizada.
Temos que ter o bom
senso e agir com rapidez. Nada de vergonha ou falso moralismo. Muitas famílias
que podem, querem esconder o problema e colocam seus filhos em clínicas de alto
custo, debaixo do maior sigilo. Por quanto tempo a redoma salvará?
Estamos diante de um
doente, portador da doença da Adição. e doença é caso de política pública.
O governo timidamente está dando os primeiros passos, sejam bem vindos. É
preciso a soma de toda organização da sociedade civil para minimizar o
avanço desta epidemia.
Adição é uma doença
complexa reconhecida e classificada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) com
o código CID-10. Já atinge 10% da população mundial:
Adição - “Conjunto
de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após
repetido consumo de uma substância psicoativa, tipicamente associado ao desejo
poderoso de tomar a droga, à dificuldade de controlar o consumo, à utilização
persistente apesar das suas conseqüências nefastas, a uma maior prioridade dada
ao uso da droga em detrimento de outras atividades e obrigações”. É uma doença
bio-psico-sócio e espiritual. Vamos continuar esta conversa?
Nenhum comentário:
Postar um comentário