segunda-feira, 29 de junho de 2020


 INQUIETAÇÕES E LEMBRANÇAS
 8- CONSELHO PASTORAL  (1)
José Vanin Martins – Maio 2020
As duas frentes de trabalho eram o sagrado e o social, que se resumiam numa só utopia: construir o céu na terra. Acreditava e acredito que o céu é um presente da misericórdia de Deus para todos. Entendo que a vinda de Jesus na terra foi para proclamar essa BOA NOVA: DEUS É PAI, BOM E MISERICORDIOSO, E QUER A FELICIDADE DE SEUS FILHOS, JÁ AQUI NA TERRA.
Não quis “salvar almas”; isso é com Deus. Agora, orar o PAI NOSSO é acreditar que o PAI é de todos e o PÃO TAMBÉM. Venha a nós o vosso reino, esse é o trabalho da Igreja: trazer para a terra o modelo do reino desejado pelo Pai.  No Reino do Pai não pode haver fome de pão e demais necessidades. Pedir, orar: O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE, é comprometer-se na organização da partilha do pão; ver onde há pão sobrando e partilhar para todos.
A paróquia tinha dois CONSELHOS; Pastoral: zelar da evangelização e o . Social para zelar da Promoção Humana. Primeiramente vou falar das lembranças da PASTORAL. Durante o tempo que estive na Paróquia, fiz constantemente estudos da Bíblia. A evangelização tornou-se responsabilidade minha e do conselho pastoral paroquial. Possibilitar para todos a verdadeira compreensão da Bíblia, incansável em proclamar: DEUS É PAI DE TODOS.  
No Pereira Jordão, em Nova Independência e na parte rural foram criadas comunidades, que eram pequenos grupos onde se reuniam: a) para o estudo da bíblia, tendo um animador responsável; b) atendimento aos mais necessitados, pelo grupo de visitadoras; c) catequese para crianças e adolescentes; d) celebrar os aniversários e promover a convivência; e) liturgia pessoas que em rodizio responsabilizavam-se pelas missas e cultos. Nas missas tinham os recepcionistas, os cantores, os ministros da eucaristia, os “coroinhas” pai e filho, todos vindos, cada semana de uma das comunidades. Mensalmente havia uma reunião de formação para cada um dos diferentes grupos e, semanalmente para os animadores das comunidades.
Não haviam cursos de batismo ou casamento, ou crisma, porque os sacramentos eram ministrados para as pessoas que de fato pertenciam às comunidades.
Para oferecer esses serviços, ficava quatro dias em Andradina e três dias em Nova Independência.  Uma vez por mês celebrava a missa nas sete comunidades rurais.
Lembrando-me do conselho de Jesus,  "Quanto a vocês, nunca se deixem chamar mestre,...pai (padre),...e líder  (Mt 23,8-11), ensinei que me chamassem simplesmente de Vanin... e assim fui chamado pela grande maioria. Procurava na medida do possível visitar as famílias. Outras lembranças ficaram registradas.

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EMAIL: vanin19@gmail.com FONE (062) 3095 1675 -9 8247 6118




sábado, 27 de junho de 2020


SE FOSSE HOJE   (1)
José Vanin Martins – junho 2020
      Fico a pensar: se fosse hoje a vinda de Jesus, onde e como seria o seu agir. A partir da compreensão que tenho ao ler o evangelho, vou ousar dizer como seria a vida de Jesus nos dias de hoje. Vou muitas vezes parafrasear o que está escrito na Bíblia.
A pessoa de Jesus que me entusiasmou, com seu jeito de ser, de falar, de amar, de protestar, de denunciar, de acolher, de profetizar, de orar, de trabalhar, de acreditar, de chorar e ficar entristecido, de ousar, de saber a hora de calar, de perdoar, de se relacionar, de insistir, ... ele, tornou-se definitivamente o meu líder, a minha referência.
Hoje não troco Jesus por nenhum outro modelo de líder, seja religioso, político, educador, artista, esportista, filósofo, seja lá o que for. Independente de Jesus ser ou não ser Deus, para mim ele é o homem perfeito que soube viver e se relacionar, indicando a utopia de uma nova sociedade e um novo jeito para ser feliz.
Já muitos falaram e escreveram sobre Jesus. Tenho lido livros de muitos seguidores de Jesus e muitos me entusiasmaram ainda mais, nesse caminho de tentar ser seu discípulo, seu seguidor.
Jesus é o líder, o cara e cada um de seus seguidores descobre a seu modo, algo novo, algo diferente e algo valioso que O torna ainda mais admirado. Vou tentar dizer das minhas descobertas.
Jesus, como vejo, não é propriedade de nenhuma igreja ou religião. Ele convive muito mais, com os excluídos, fora do religioso oficial. Quase sempre, ele passa despercebido. Jesus é o excluído, embora seja louvado e adorado nos cultos e celebrações.

quinta-feira, 25 de junho de 2020


INQUIETAÇÕES E LEMBRANÇAS
7- QUE BOA NOVA DAR PARA OS JOVENS (2)
José Vanin Martins – Junho  2020

            Preparava o conteúdo das reuniões semanais que cada pequeno grupo da CJC fazia. O conteúdo sempre continha uma pequena reflexão a partir do evangelho e um segundo assunto a partir das sugestões que vinham, as mais variadas: trabalho, namoro, profissão, interesse pela política, relacionamento familiar e social, o valor dos estudos para vencer nos dias de hoje, liderança, dinâmica de grupo, sexualidade e....l
            Fui designado igualmente para assessorar o trabalho dos jovens na Região Pastoral, que ia de Castilho até Mirandópolis. Esse trabalho proporcionou-me realizar vários encontros regionais e levar um pequeno grupo até São Paulo para um encontro à nível estadual. Como era bom ouvir os sonhos dos jovens e o passo a passo para a sua realização.
            Os jovens promoviam diferentes atividades recreativas; passeios, onde iam de caminhão (na carroceria) para as margens de rios e córregos: Palmeirinhas, Barro Preto. Campestre...; torneios de futebol, de pingue-pongue...; brincadeiras dançantes, A paróquia comprou instrumentos e criaram um conjunto musical para suas festas. Na parte social promoveram uma horta comunitária e incentivavam famílias a terem horas em seus quintais; participaram com um carro alegórico divulgando a CJC num dos desfiles da cidade. Na época, por ser tempo de ditadura, sentiram-se encorajados a publicar e à noite colocar em baixo de dezenas de residências, um folheto, mimeógrafo ainda a álcool, em defesa da Amazônia (já naquele tempo).
            A maioria estudava à noite e trabalhava durante a semana, todos os dias, o dia todo, de segunda à sábado e, alguns até de domingo, dificultando assim a participação no movimento. Empenhei-me, numa campanha pela SEMANA INGLESA pelo Jornal da Região, com pequenos artigos semanais. Essa campanha de conscientização começou em agosto de 1972 e até o final de 1973. A semana inglesa, pelo que me lembro, só foi implantada em fevereiro de 1976. Parece-me que em Andradina, novamente acabaram com a semana Inglesa e ainda mais, agora até o comercio, luta pela licença para abrir até nos domingos e feriados. É a força do capitalismo consumista que se impõe.

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quarta-feira, 17 de junho de 2020


INQUIETAÇÕES E LEMBRANÇAS
6- QUE BOA NOVA DAR PARA OS JOEVENS
José Vanin Martins – Junho  2020
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Saudade dos jovens, hoje todos adultos e alguns já idosos. Eram de famílias pobres, muitos por força da realidade, se contentavam com o simples ensino fundamental. Sem esperança, seriam para sempre trabalhadores profissionais seja no campo, seja na cidade; as profissões em que poderiam crescer e se defender economicamente, eram pedreiro, carpinteiro, marceneiro, mecânico, técnico em eletros domésticos ou   eletrônicos, encanador-eletricista, balconista, enfermeiro e o máximo que sonhavam ser bancário ou servidor público. Um pequeno grupo era inconformado, sonhava uma vida melhor, queria criar asas e voar.
Incentivei sonharem mais alto. Criei o movimento chamado CJC= Comunidade de Jovens Cristãos, organizados em pequenos grupos tanto no campo, como na cidade. O MOVIMENTO se sustentava em quatro colunas: estudo, trabalho, amor e lazer (xacrinha foi o nome que deram para o lazer). Nos estudos bíblicos, a pessoa de JESUS, foi sendo apresentada; Nas reuniões de grupo havia sempre três momentos: VER, JULGAR E AGIR.
Se, não me engano, no Pereira Jordão, morava apenas uma jovem de nível superior que era a professora Erandí, que ofereceu muito de seu tempo no trabalho paroquial na área de formação.
A grande maioria, acabou mudando para outras cidades e cursou o ensino superior e, hoje está espalhado pelo Brasil. Criou tal amizade que ultimamente, já por três ou quatro vezes, realizaram em Andradina, encontros da “saudade”.
Em NI., não havia ainda ensino médio e era com grande sacrifício que um grupo de jovens, do campo e da cidade, viajava para estudarem nas cidades vizinhas e, uma pequena parte conseguiu fazer o curso superior.
           
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sexta-feira, 12 de junho de 2020


DIA DOS NAMORADOS
José Vanin Martins – junho 2020

Para minha esposa Maria
      Não tem jeito. Nada impede lembrar-me de quando começou o namoro. Seja solteiro ou seja casado em qualquer idade. Esqueço até da corona vírus. Quero o abraço e oferecer abraço.
      O meu namoro e creio que também o dos outros começou com um olhar. Aquele olhar endereçado. Foi quando aconteceu o encontro dos olhares, que sem explicação alguma, causou encanto, cada um saiu de seu canto para num canto amar.
      Aquele olhar vê, o que muitos outros deixaram de ver. Vê uma beleza diferente, um sorriso diferente, um encanto diferente, uma voz diferente. Diferente no modo de andar, diferente no modo de pensar, diferente no modo de sorrir, diferente no modo de perguntar, diferente no modo de agradar.
      Você não era igual à todas demais...e, foi essa diferença que me fez encantar, me fez namorar.
Ficou uma certeza, vou falar um segredo, para o gostinho do namoro nunca acabar, é preciso manter sempre o encanto do primeiro olhar, enriquecer-se com a soma das diferenças, alegrar-se com as semelhanças e, continuar descobrindo em cada dia, a beleza diferente, que só quem ama, sabe enxergar.

quarta-feira, 3 de junho de 2020


O CAVALO ME ACORDOU  (2)
José Vanon Martins – Junho 2020

O cavalo do Bolsonaro, ainda fez meus pensamentos divagarem. Pensei em três cavalos:
1.       Em pensamento fui até TROIA, cidade Turca(?) com grandes e fortes muralhas que a tornava invencível. Diz a lenda que os gregos, na ânsia de conquistarem a cidade, tiveram uma brilhante ideia; construíram um grande cavalo de madeira, dentro do qual colocaram alguns de seus soldados. Esse cavalo foi levado até as portas de Troia. Quando os troianos viram aquele cavalo de madeira, ficaram encantados e levaram o cavalo para dentro da cidade. À noite, quando todos dormiam seguros, os soldados saíram de dentro da cidade e mataram todos os vigias e de imediato, abriram as portas e o exército grego entrou e conseguiu conquistar a cidade.
           Fico a pensar que a mídia consegue tornar a imagem do candidato de seu interesse, em um verdadeiro cavalo de troia, dentro do qual está todo seu grupo, tendo até alguns  corruptos, com sede do poder. O povo fica admirado por esse cavalo e o leva para a urna, através de seu voto. Pouco imaginam o mal que esse cavalo, ou melhor candidato, fará... aí, o estrago já está feito.
2.      Um segundo cavalo, que até hoje é admirado, está lá em São Paulo. É o garboso cavalo, montado por DOM PEDRO que proclamou a independência do Brasil. Independência para quem? Independência de pagar os impostos para Portugal, e ficar com todo seu lucro, no Brasil. O povo continuou sofrido até hoje, com a doce ilusão da liberdade.
3.      Benedito Calixto, em óleo sobre a tela, perpetuou o terceiro cavalo, que foi montado pelo general DEODORO DA FONSECA, que apoiado por uma elite, desejava rodízio na governança do Brasil.  Assim, mudaria o eleito que monta no cavalo da república e seu grupo. Seu compromisso é governar para as elites e assegurar seus direitos. Para o povo trabalhador, nada muda.
     Nossa Senhora, mãe de Jesus fez uma oração, que precisa ser sempre lembrada e rezada:
         Deus realiza proezas com seu braço: dispersa os soberbos de coração,
        Derruba do trono os poderosos e eleva os humildes;
        Aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias.
        Socorre o povo trabalhador brasileiro, lembrando-se de sua misericórdia, (Lc 1,51-54)


terça-feira, 2 de junho de 2020


O CAVALO ME ACORDOU
José Vanin Martins – 02/05/2020

Sim, foi o cavalo do Bolsonaro quem me acordou ou o Bolsonaro do cavalo? Sei que acordei com a imagem de domingo passado. Não consegui mais pegar no sono. Nos meus pensamentos veio uma inquietação. O animal era bonito, deve pertencer à tropa do Exército. Poderia dizer que o cavalo estava orgulhoso em desfilar diante de uma outra tropa, os admiradores do presidente.
Veio-me a lembrança, alguns filmes de guerra, do tempo antigo, onde os comandantes montam cavalos garbosos e uma “tropa humana” de combatentes seguem atrás de pé. Estamos em tempos modernos, colocam os cavalos nos motores dos carros, e quanto mais cavalos, mais valor o carro tem. Acredito que lá no desfile, somando os carros, teríamos uma verdadeira cavalaria, muito valores “amontoados”.
O cavalo sempre foi um símbolo do poder. Para vencer o Faraó, foi preciso que os cavalos e cavaleiros fossem dominados pelo mar. Jesus preferiu montar numa jumenta, para expressar quem ele era: “Ele é manso e está montado num jumento, num jumentinho, cria de um animal de carga.»  (Mt 21,25) Jesus se chamou “burro de carga”.
Fiquei a pensar, tudo isso, é para significar que existe um governo para poucos, e a maioria continuará sendo simplesmente “burro de carga”.
Em tempo, que o “o anjo da morte”, corona vírus, enterra milhares de brasileiros, é tempo de se somar às equipes de saúde do mundo inteiro, verdadeiros “anjos da vida” que oferecem sua vida pelo bem do próximo. Ao menos, por delicadeza e respeito, às famílias em luto, o povo espera palavras e atitudes diferentes.