O CAVALO ME
ACORDOU
José Vanin Martins – 02/05/2020
Sim, foi o cavalo do Bolsonaro
quem me acordou ou o Bolsonaro do cavalo? Sei que acordei com a imagem de
domingo passado. Não consegui mais pegar no sono. Nos meus pensamentos veio uma
inquietação. O animal era bonito, deve pertencer à tropa do Exército. Poderia
dizer que o cavalo estava orgulhoso em desfilar diante de uma outra tropa, os admiradores
do presidente.
Veio-me a lembrança, alguns
filmes de guerra, do tempo antigo, onde os comandantes montam cavalos garbosos
e uma “tropa humana” de combatentes seguem atrás de pé. Estamos em tempos
modernos, colocam os cavalos nos motores dos carros, e quanto mais cavalos,
mais valor o carro tem. Acredito que lá no desfile, somando os carros, teríamos
uma verdadeira cavalaria, muito valores “amontoados”.
O cavalo sempre foi um símbolo
do poder. Para vencer o Faraó, foi preciso que os cavalos e cavaleiros fossem
dominados pelo mar. Jesus preferiu montar numa jumenta, para expressar quem ele
era: “Ele é manso e está montado num jumento, num jumentinho, cria de um animal
de carga.» (Mt 21,25) Jesus
se chamou “burro de carga”.
Fiquei a pensar, tudo isso, é
para significar que existe um governo para poucos, e a maioria continuará sendo
simplesmente “burro de carga”.
Em tempo, que o “o anjo da morte”,
corona vírus, enterra milhares de brasileiros, é tempo de se somar às equipes
de saúde do mundo inteiro, verdadeiros “anjos da vida” que oferecem sua vida
pelo bem do próximo. Ao menos, por delicadeza e respeito, às famílias em luto,
o povo espera palavras e atitudes diferentes.
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