terça-feira, 2 de junho de 2020


O CAVALO ME ACORDOU
José Vanin Martins – 02/05/2020

Sim, foi o cavalo do Bolsonaro quem me acordou ou o Bolsonaro do cavalo? Sei que acordei com a imagem de domingo passado. Não consegui mais pegar no sono. Nos meus pensamentos veio uma inquietação. O animal era bonito, deve pertencer à tropa do Exército. Poderia dizer que o cavalo estava orgulhoso em desfilar diante de uma outra tropa, os admiradores do presidente.
Veio-me a lembrança, alguns filmes de guerra, do tempo antigo, onde os comandantes montam cavalos garbosos e uma “tropa humana” de combatentes seguem atrás de pé. Estamos em tempos modernos, colocam os cavalos nos motores dos carros, e quanto mais cavalos, mais valor o carro tem. Acredito que lá no desfile, somando os carros, teríamos uma verdadeira cavalaria, muito valores “amontoados”.
O cavalo sempre foi um símbolo do poder. Para vencer o Faraó, foi preciso que os cavalos e cavaleiros fossem dominados pelo mar. Jesus preferiu montar numa jumenta, para expressar quem ele era: “Ele é manso e está montado num jumento, num jumentinho, cria de um animal de carga.»  (Mt 21,25) Jesus se chamou “burro de carga”.
Fiquei a pensar, tudo isso, é para significar que existe um governo para poucos, e a maioria continuará sendo simplesmente “burro de carga”.
Em tempo, que o “o anjo da morte”, corona vírus, enterra milhares de brasileiros, é tempo de se somar às equipes de saúde do mundo inteiro, verdadeiros “anjos da vida” que oferecem sua vida pelo bem do próximo. Ao menos, por delicadeza e respeito, às famílias em luto, o povo espera palavras e atitudes diferentes.

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