sábado, 26 de outubro de 2019


POBRES  E  RICOS  - 6
CONCLUINDO                                                                                     
José Vanin Martins – outubro 2019                                                                                                             

            A utopia do profeta Isaias era bem maior. Ele conclamava: “1 Atenção! Todos os que estão com sede, venham buscar água. Venham também os que não têm dinheiro: comprem e comam sem dinheiro e bebam vinho e leite sem pagar.  2 Por que gastar dinheiro com coisa que não alimenta, e o salário com aquilo que não traz fartura? Ouçam-me com atenção, e comerão bem e saborearão pratos suculentos, 3 Dêem ouvidos a mim, venham para mim, me escutem, que vocês viverão”  Is 55,1-3.
            Jesus venceu a tentação de transformar as pedras em pão Mt 4,1-4, mas conservou a sua vontade de todos terem vida e vida completa Jo 10-11. Deixou para seus apóstolos a difícil missão de arrumar pão para o povo comer. Este pedido ou ordem de os apóstolos providenciarem o pão ficou registrado seis vezes nos Evangelhos: Mt 14,13-21 e 15,32-39; Mc 6,31-44 e 8,1-10; Lc 9,10-17 e Jo 6,5-15.  Esta ordem foi porque Jesus tinha pena do povo que era como ovelha sem pastor. Quem são os pastores hoje?
            O trabalhador brasileiro, dentro de um país de maioria cristã, vive com desilusão. A Constituição brasileira de 1988, ainda em vigor, estabelece que o SALÁRIO MINIMO deva atender as necessidades básicas do trabalhador e de sua família, como: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social (Art 7- inciso 4).
O salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas conforme determina a Constituição deve ser de R$ 4.214,62. No entanto, o valor é $998 reais, 4,22 vezes o salário mínimo em vigor.  Esta é a estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). É um salário de fome, de morte.
            Quando mais novo tentei lutar por um mundo mais equitativamente justo. Vivi e vivo o SONHO DA UTOPIA. Alimento este sonho por acreditar que este também seja o SONHO NO REINO do PAI proclamado por JESUS e orado no PAI NOSSO.  
Peço a Deus que me conserve a sensibilidade pelo sofrimento dos empobrecidos. Não tenho a coragem dos profetas. Considero-me um “profeta de pijama”, sempre inquieto e inconformado diante da realidade.  Vejo muitos condutores de igrejas usarem da religião para confirmar o direito da classe A com a (teologia da prosperidade). Para apaziguar a consciência da classe B usam a (teologia da premiação) e para consolar a dor, o sofrimento da classe B, a  (teologia da resignação). Fico paralisado.
            Mais interrogativo ainda quando vejo o dinheiro investido na construção dos grandes, ricos e maravilhosos templos, usando até do dinheiro da viúva. Com tantas igrejas e religiões cristãs, JESUS VIVE PEDINTE, EMPOBRECIDO E EXCLUIDO DO CONVÍVIO HUMANO.
            POSSO OU PODEMOS FAZER ALGUMA COISA?

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