quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020


A REDE EMOCIONAL (3)
José Vanin Martins – Fev 2.019

            Vamos ver alguns retratos destes pais, com filhos dependentes na faixa dos quarenta anos, ainda presos na rede emocional, adoecidos emocionalmente.
            Há pais de filhos desajustados,  que tiveram filhos com diferentes mulheres sem se comprometerem com nenhuma, deixando para seus pais, muitas vezes as consequências do sustento ou da pensão alimentícia. 
             Há pais que por amor aos netos, acreditam que eles se encontram dentro de sua rede de proteção. Assim motivados pelos netos, socorrem os filhos em suas necessidades, alimentando sua dependência. Estes filhos levam a vida familiar conforme suas escolhas; não tomam consciência que seus filhos já crescidos, necessitam de pais melhores. Ainda também, continuam em muitas e diferentes situações dependentes financeiramente.
            Há pais que estão empobrecidos, porque investiram seus bens, até seu sustento financeiro, nos filhos na tentativa de protegê-los em suas “burradas”, ou pior ainda em suas penalidades diante da lei.
             Há pais adoecidos, físico e emocionalmente por acreditarem que ainda não fizeram de tudo na proteção de seus filhos.
            Há pais que não conseguem se libertar da vergonha de terem filhos com a doença da dependência química e tudo fazem para esconderem a doença de seus filhos, salvando assim a própria reputação.
Há pais envolvidos de corpo e alma no trabalho profissional, no trabalho voluntário e vida social, indo além, dos limites físico-emocionais, como fuga, para “salvarem” a imagem de seu nome. de sua família e de seu filho dependente.
            Há pais com o relacionamento conjugal prejudicado. Não conseguem mais falarem a mesma linguagem sobre o relacionamento com o dependente. Alguns até já  se separaram por estarem presos em diferentes redes de proteção.
            Dá para se libertarem desta rede emocional? Os filhos ainda conseguirão ser o sonho que sonharam e deixarão de ser o pesadelo que tanto  temem?
            Os pais, por primeiro, precisam de se libertar desta rede emocional. Só depois, já libertos, terão o seu próprio lugar respeitando o lugar escolhido pelos seus filhos. Como se trata de um envolvimento doentio crônico é preciso o apoio contínuo do  grupo de auto e mútua ajuda.
            Há pais que com serenidade, e amor incondicional, libertos de todas as amarras da rede emocional, ficam ao lado do filho e  enfrentam todos os preconceitos. Conhecem a verdadeira  dimensão da doença  com as respectivas manipulações do doente.  Por ser também uma doença espiritual, se alimentam com uma espiritualidade libertadora que é de grande valia.  


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