O CAPÍTULO SEGUINTE
7- SEGUNDA
GERAÇÃO
José Vanin Martins – Junho 2019
O
trabalho é duro. É de sol a sol, ou melhor, ainda de madrugada a família toda
começa cuidar da horta. Limpar o mato ou qualquer ameaça de praga. Colher a
verdura, lavar, fazer os feixes, deixar tudo preparado para levar para feira.
Tirar
o alimento com o suor de seu rosto. Isto acontece verdadeiramente com a família
de seu Adão. Ele contentava-se com uma caracu diária e já teve há seis anos sua
páscoa. Com sua esposa Eva teve quatro filhos, duas filhas. De um dos filhos, três netos e uma neta.
Filhos e netos, TODOS usuários, morando no mesmo terreiro reservado para as
casas de cada um. Ouviu falar do amor-exigente, mesmo com a dificuldade da
distância, dona Eva, tornou-se e, é até hoje, ativa participante. Retrato
perfeito da família matriarcal.
Seria
possível que os filhos parando de usar, influenciariam também seus netos para a
sobriedade? Sonho natural de uma avó
responsável. A história é cada um quem escreve.
A
vida tem seus atalhos. Do filho que lhe deu três netos e uma neta, todos os três
netos também se tornaram usuários. Seria exemplo ou simplesmente a herdade? Um
neto foi assassinado. Acerto de contas? São respostas que também se enterram. O
outro neto está desaparecido “misteriosamente”. Há mistérios que devem ser
respeitados como mistérios. O terceiro continua no uso.
Em meio de
tanto sofrimento, ao menos dois filhos encontram-se no caminho da sobriedade. Um
deles buscou tratamento numa comunidade terapêutica, Só por hoje, depois de
alguns anos continua limpo e mora no município distante onde fez o tratamento.
No silêncio de
seu trabalho na horta, acompanhada de dois filhos ainda dependentes, Dona Eva,
mantém a fé que amanhã será melhor. Traz consigo uma certeza: é no
amor-exigente que encontra a força para a caminhada.
BRASA QUENTE NA FOGUEIRA DA
CONVERSAÇÃO
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3095 1675
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