quarta-feira, 24 de março de 2021

TEOLOGIA, O ESTUDO PARA SER PADRE

 

LEMBRANÇAS E REFLEXÕES José Vanin Martins – 

6-   TEOLOGIA, O ESTUDO PARA SER PADRE.     23/03/2021

            Terminada a filosofia fui cursar a Teologia no Seminário da Imaculada Conceição no bairro Ipiranga-São Paulo. Lá era obrigatório o uso da batina preta para todos. Teologia= “ciência ou estudo que se ocupa de Deus, de sua natureza e seus atributos e de suas relações com o homem e com o universo”. “É um estudo científico da relação entre homem e religião, além do seu impacto na sociedade como um todo”.

            Pio XII, ficou papa por dezenove anos. A lembrança que me foi dada é que o PAPA era a presença de Deus aqui na terra e sua autoridade e verdades eram absolutas. Foi o último dos papas a proclamar um dogma: o da Assunção de Maria. A igreja estava tão estática que até parecia “empoeirada”. JOÃO XXIII, (1.958-1963) sucedeu Pio XII, acenando para a necessidade de uma transformação na Igreja. Que transformação seria essa? Com ousada alegria e esperança ele anuncia a “inimaginável” convocação do CONCILIO VATICANO II, iniciado em 1962, em seu pontificado e encerrado em 1964, já com PAULO VI (1963-1978) que governou a Igreja por 15 anos.

Cursei a Teologia (1962-1965) durante a realização do Concílio e parte, durante a ditadura;(1964-1985) de que lado estava a igreja?! No seminário tinha duas opções: fazer a faculdade de teologia ou apenas o “seminário”; procurei pela diferença: Na faculdade as aulas e as provas eram em latim e no seminário as aulas eram em português e só as provas em latim, e o conteúdo era o mesmo; como tenho dificuldades em “línguas” preferi o seminário.

A Igreja estava em transformação, abrindo as janelas e as portas para o mundo. No Seminário acontecia a insegurança entre ficar o que era ou caminhar para o novo! A minha turma, 1º ano, foi a primeira que se arriscou fazer as provas em português; foi um reboliço...mas não fomos reprovados e o costume se consolidou; o latim foi abolido das provas e no concílio das missas.

            Nós alunos acompanhávamos com alegria e esperança tudo de novo que era estudado e anunciado no Concílio; os superiores com “sagrada prudência”, pareciam estar com medo das mudanças e punham o freio necessário e o argumento fundamental era: “estão estudando, e se foi aprovado, ainda não foi proclamado”. Havia duas alas bem distintas os que eram a favor do concílio e os que estavam com medo do que poderia acontecer e a dúvida entre a ditadura e a “ameaça” do comunismo.

            A Igreja de São Paulo era governada por Dom Agnelo Rossi (1957-1966) que tinha a mesma postura de Pio XII; para a felicidade da igreja, o seu auxiliar era o Bispo Arns que se tornou seu sucessor (1970-1998) que se identificava com o pensamento de João XXIII.

            Foi nesse clima de medo, esperança e transição que fui estudando, ainda sobre o peso da visão do passado que permanecia no presente; tínhamos que esperar o final do Concílio para saber como tudo ficaria, segundo os superiores. Foi nesse tempo, com tantos acontecimentos que fiz a teologia.

 

 BRASA QUENTE NA FOGUEIRA DA CONVERSAÇÃO

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