quarta-feira, 10 de março de 2021

A RELIGIÃO DA MINHA INFANCIA

LEMBRANÇAS E REFLEXÕES  José Vanin Martins – 

3-     A RELIGIÃO NA  MINHA INFÃNCIA       11/03/2021

               Escrevo essas lembranças para os da novas gerações perceberem o que houve de mudanças para os dias de hoje.

            Quando criança, ia à Igreja para “assistir” a missa; encontrava um padre no altar, de costas para o povo, rezando baixinho, numa língua que ninguém entendia, era o latim. Os fieis, para aproveitarem melhor o tempo rezavam o terço. Quem fosse comungar, tinha que estar em jejum desde o dia anterior; e alguns nem água tomavam. A hóstia era colocada na boca e não podia ser mastigada; segundo a crença de muitos, se mastigasse, sairia da hóstia o sangue de Jesus. 

No final da missa, sempre eram rezadas três “ave Maria” e uma “salve rainha”, para a conversão da Rússia; assim a Igreja foi criando a crença, que ainda predomina contra a Rússia e contra o comunismo.

O mês de maio era o mais festivo; toda a noite havia na igreja, em homenagem à Nossa Senhora, a oração do terço e a oferta das flores; quase sempre aproveitavam para a organização da quermesse que acontecia depois da reza do terço.

A Semana Santa, celebrando a Paixão de Jesus, alimentava a principal crença que ainda dura até hoje que Jesus morreu na cruz para nos salvar. Pouco se falava do principal mandamento de Jesus, O AMOR.

Havia as “congregações” religiosas que ainda existem em algumas igrejas: a congregação mariana para os homens; a congregação das filhas de Maria, para as mulheres; o apostolado da oração para os mais idosos; os cruzadinhos para as crianças.  Cada congregado tinha por obrigação usar a fita que era diferente para cada congregação. Azul, vermelha e amarela. Ainda havia “os coroinhas”, só para os meninos que auxiliavam o padre na celebração da missa; usavam uma batina vermelha e por cima, a sobrepeliz branca.

A Igreja, a religião alimentava e muitas alimentam até hoje a crença que Jesus é Deus, nasceu numa manjedoura, viveu fazendo milagres, morreu na cruz para nos salvar; como Deus, Jesus merece toda honra e toda glória, ele é rei e majestade. Com essa compreensão justifica a construção de templos com todo luxo, toda riqueza, todas vestes, paramentos, ouro que encontramos nas Igrejas e nas liturgias. Por muito tempo também fui alimentado por essa crença.

Hoje fico a pensar, que todo esse culto, só olhando Deus lá nas alturas, acabam desviando o olhar do empobrecido, para quem Jesus mais olhou, serviu e pediu igualmente o nosso olhar e solidariedade.

 BRASA QUENTE NA FOGUEIRA DA CONVERSAÇÃO

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