LEMBRANÇAS E REFLEXÕES José Vanin Martins –
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A RELIGIÃO NA MINHA INFÃNCIA 11/03/2021
Escrevo essas lembranças
para os da novas gerações perceberem o que houve de mudanças para os dias de
hoje.
Quando criança, ia à Igreja para
“assistir” a missa; encontrava um padre no altar, de costas para o povo,
rezando baixinho, numa língua que ninguém entendia, era o latim. Os fieis, para
aproveitarem melhor o tempo rezavam o terço. Quem fosse comungar, tinha que
estar em jejum desde o dia anterior; e alguns nem água tomavam. A hóstia era
colocada na boca e não podia ser mastigada; segundo a crença de muitos, se
mastigasse, sairia da hóstia o sangue de Jesus.
No final da missa, sempre eram rezadas três “ave Maria” e uma “salve
rainha”, para a conversão da Rússia; assim a Igreja foi criando a crença, que
ainda predomina contra a Rússia e contra o comunismo.
O mês de maio era o mais festivo; toda a noite havia na igreja, em
homenagem à Nossa Senhora, a oração do terço e a oferta das flores; quase
sempre aproveitavam para a organização da quermesse que acontecia depois da
reza do terço.
A Semana Santa, celebrando a Paixão de Jesus, alimentava a principal
crença que ainda dura até hoje que Jesus morreu na cruz para nos salvar. Pouco
se falava do principal mandamento de Jesus, O AMOR.
Havia as “congregações” religiosas que ainda existem em algumas
igrejas: a congregação mariana para os homens; a congregação das filhas de
Maria, para as mulheres; o apostolado da oração para os mais idosos; os
cruzadinhos para as crianças. Cada
congregado tinha por obrigação usar a fita que era diferente para cada
congregação. Azul, vermelha e amarela. Ainda havia “os coroinhas”, só para os meninos
que auxiliavam o padre na celebração da missa; usavam uma batina vermelha e por
cima, a sobrepeliz branca.
A Igreja, a religião alimentava e muitas alimentam até hoje a crença
que Jesus é Deus, nasceu numa manjedoura, viveu fazendo milagres, morreu na
cruz para nos salvar; como Deus, Jesus merece toda honra e toda glória, ele é
rei e majestade. Com essa compreensão justifica a construção de templos com
todo luxo, toda riqueza, todas vestes, paramentos, ouro que encontramos nas
Igrejas e nas liturgias. Por muito tempo também fui alimentado por essa crença.
Hoje fico a pensar, que todo esse culto, só olhando Deus lá nas
alturas, acabam desviando o olhar do empobrecido, para quem Jesus mais olhou,
serviu e pediu igualmente o nosso olhar e solidariedade.
BRASA QUENTE NA
FOGUEIRA DA CONVERSAÇÃO EMAIL: vanin19@gmail.com FONE (062)
3095 1675 – 9 8247 6118 BLOGGER: vaninmartins.blogspot.com.br |
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