PARA QUE CHEGAR
AOS 80
- 01
PARA OS
COMPANHEIROS DE CAMINHADA DE ONTEM E DE HOJE
José
Vanin Martins – Jan. 2020
Posso olhar pelo retrovisor da vida.
Desde os anos de 1966 trabalhei para um Brasil melhor. Este Brasil tinha nomes.
Eram os jovens da CJC (Comunidades de Jovens Cristãos), Eram seus pais, se sacrificando
para que seus filhos viessem a ter um futuro melhor. Eram os líderes adultos
que animavam, onde moravam, os grupos de Estudos Bíblicos, dentro de uma visão
libertadora. Naquela época estava bem mais perto do sofrimento, da penúria, das
dificuldades para o sustento da família de cada um na cidade e na roça.
Hoje, os jovens de ontem, quase
todos ainda vivem na minha lembrança. A grande maioria está levando uma vida
bem melhor que a de seus pais. Alguns hoje estão na classe média alta.
Vim para Goiânia. O lugar, onde moro, é o mesmo de quando aqui
cheguei há 41anos atrás. Hoje é lugar de classe média. Ontem era periferia ao
lado de uma área de posse. O caminhar dos anos transformou a região num bom
lugar de se viver. Os mais pobres foram mudando para as novas periferias mais
afastadas.
Em Goiânia trabalhei na Pastoral da
Periferia, na CPT (Comissão Pastoral da Terra), na Universidade Católica, na Ninho´s,
nossa pequena loja de enxovais para bebê. Como voluntário, no GRAMPO (Grupo de
assessoria do movimento popular), no CEADEP (Centro de estudos e assessoria em
defesa do Ensino Público). Em todos estes lugares admirei o desprendimento de
cada voluntário e me entrelacei com verdadeiros companheiros de caminhada.
Atualmente
o meu principal grupo de amizade tem filhos, como eu, que tiveram a experiência
do uso do álcool, maconha... Com todo o avanço da ciência, a OMS (Organização
Mundial da Saúde) declarou que a dependência química, a começar a do álcool é
uma doença. Quem tem a doença e a família de quem tem é marginalizada.
Hoje tenho um bom grupo de caminhada;
são companheiros da classe média, classe média alta e, todos longe da
periferia. Diz o ditado: “longe dos olhos, longe do coração”. O morar longe da
periferia pode dar-nos a impressão que a pobreza não existe.
Os dependentes estão por todos os
lugares, mas sobressaem os pobres e famílias de empobrecidos que ficam mais
marginalizadas ainda.
Onde quero chegar com esta
prosa? Para que chegar aos OITENTA?
BRASA QUENTE NA FOGUEIRA DA
CONVERSAÇÃO
LEMBRANÇAS, CRENÇAS, COBRANÇAS, ESPERANÇAS E
MUDANÇAS.
EMAIL: vanin19@gmail.com FONE (062)
3095 1675
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vaninmartins.blogspot.com.br
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