sexta-feira, 17 de janeiro de 2020


PARA QUE CHEGAR AOS  80  -  01
PARA OS COMPANHEIROS DE CAMINHADA DE ONTEM E DE HOJE
José Vanin Martins – Jan. 2020
            Posso olhar pelo retrovisor da vida. Desde os anos de 1966 trabalhei para um Brasil melhor. Este Brasil tinha nomes. Eram os jovens da CJC (Comunidades de Jovens Cristãos), Eram seus pais, se sacrificando para que seus filhos viessem a ter um futuro melhor. Eram os líderes adultos que animavam, onde moravam, os grupos de Estudos Bíblicos, dentro de uma visão libertadora. Naquela época estava bem mais perto do sofrimento, da penúria, das dificuldades para o sustento da família de cada um na cidade e na roça.
            Hoje, os jovens de ontem, quase todos ainda vivem na minha lembrança. A grande maioria está levando uma vida bem melhor que a de seus pais. Alguns hoje estão na classe média alta.
            Vim para Goiânia.  O lugar, onde moro, é o mesmo de quando aqui cheguei há 41anos atrás. Hoje é lugar de classe média. Ontem era periferia ao lado de uma área de posse. O caminhar dos anos transformou a região num bom lugar de se viver. Os mais pobres foram mudando para as novas periferias mais afastadas.
            Em Goiânia trabalhei na Pastoral da Periferia, na CPT (Comissão Pastoral da Terra), na Universidade Católica, na Ninho´s, nossa pequena loja de enxovais para bebê. Como voluntário, no GRAMPO (Grupo de assessoria do movimento popular), no CEADEP (Centro de estudos e assessoria em defesa do Ensino Público). Em todos estes lugares admirei o desprendimento de cada voluntário e me entrelacei com verdadeiros companheiros de caminhada. 
Atualmente o meu principal grupo de amizade tem filhos, como eu, que tiveram a experiência do uso do álcool, maconha... Com todo o avanço da ciência, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que a dependência química, a começar a do álcool é uma doença. Quem tem a doença e a família de quem tem é marginalizada.
            Hoje tenho um bom grupo de caminhada; são companheiros da classe média, classe média alta e, todos longe da periferia. Diz o ditado: “longe dos olhos, longe do coração”. O morar longe da periferia pode dar-nos a impressão que a pobreza não existe.
            Os dependentes estão por todos os lugares, mas sobressaem os pobres e famílias de empobrecidos que ficam mais marginalizadas ainda.
            Onde quero chegar com esta prosa?  Para que chegar aos OITENTA?

BRASA QUENTE NA FOGUEIRA DA CONVERSAÇÃO
LEMBRANÇAS, CRENÇAS, COBRANÇAS, ESPERANÇAS E MUDANÇAS.
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BLOGGER: vaninmartins.blogspot.com.br


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