O CAPÍTULO SEGUINTE
8- ABEL E
CAIM
José Vanin Martins – Julho 2019
Família perfeita. Todos com diploma
superior, médicos, advogados e concursados. Tinham formação moral cristã. E
tudo isto não impediu que a doença da adição chegasse até a família.
A situação financeira permitia que
nos finais de semana toda família se reunisse na fazenda. Na bebida selavam a
unidade familiar... e, quando o álcool falava mais alto, os irmãos, desabafavam
seus desentendimentos. A situação se desanuviava com a intervenção autoritária
dos pais.
Abel, por não beber tanto e por ter
escolhido a carreira da medicina, na avaliação de Caim, era o queridinho dos
pais. Caim, formado também na área de direito, como seus pais, sentia-se
incapaz de tornar-se tão ilustre como eles eram. Saiu de casa para viver melhor
a sua “liberdade”.
Em seus momentos de “porre” que se
tornavam mais frequentes, desacatava seus pais e irmãos. Um dia, deu na cabeça
de Abel, ir aconselhar seu irmão para
ter um pouco mais de moderação nas palavras, principalmente respeitar mais seus
pais. Abel estava armado e, no calor da conversação acabou dando um tiro mortal
em seu irmão.
A história de Caim e Abel se repete.
Quando se trata de um dos irmãos ser dependente químico, muitas vezes, os
papéis se invertem e o irmão considerado sóbrio é quem se torna o Caim. Ele se
cansa de ser o “bonzinho” da historia.
No amor-exigente percebemos a
presença dos três “C” na vida do dependente químico: 1º. “C”= a busca da CURA;
sem esta busca que precisa de seu querer, acontece normalmente o 2º. “C”=
CADEIA, principalmente em se tratando da classe pobre e média; e o 3º. “C” é o
CEMITÉRIO, seja por overdose, por acerto de contas, por “desentendimentos”
(estopim curto) ou pela polícia.
Acrescento um quarto “C”: aqueles
que persistem no “ CONTROLE” do uso, quer com o casamento ou quer ficando
dentro de casa, sem ainda terem feito a decisão de deixarem a droga. Alguns até
que passaram pela cadeia, mas a lição não foi o suficiente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário