quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019


LEMBRANÇAS, CRENÇAS, COBRANÇAS, ESPERANÇAS E MUDANÇAS 
15- A LEITURA DAS NOTAS E O GRÊMIO LITERÁRIO
José Vanin Martins – fevereiro 2019

            Todo mês tinha o dia do “juízo final”. Era o dia em que todos os alunos reunidos ouviriam suas notas mensais e a sua respectiva classificação. Confesso que nunca fui bom aluno. Tive e tenho dificuldades em línguas, inclusive português, matemática e...
            No início do primeiro ano as classes chegam a ter 30 a 40 alunos. Com o tempo os alunos vão abandonando o seminário. Quando chega o último ano, as classes que estão com muito aluno, têm apenas 7 a 10.
            Nos primeiros anos em classe de 30 alunos conseguia ficar com a classificação entre 14º. ao 18º.  lugar. Quando cheguei ao último ano, os alunos foram saindo e a minha turma tinha apenas 7 alunos. Chamavam o aluno pelo nome; este ficava de pé; ouvia sua nota. Chamavam: JOSÉ VANIN. Ficava de pé e ouvia minhas notas e no final: CLASSE DE 7 ALUNOS, 7º. LUGAR. Por mais que estudasse nunca estive entre os primeiros lugares. Com isto fui criando no meu inconsciente uma sensação de incapaz. Devia orgulhar-me de estar numa classe de superdotados e que o sétimo lugar era uma ótima classificação.
            Outro incidente que me marcou logo no começo. Tínhamos um professor de música muito exigente. Havia momentos do coral e momentos de ensaio para todos. Num destes ensaios, o professor gritou: VANIN feche a boca, além de não saber cantar, sua voz só atrapalha. Isto deve ter-me influenciado, pois até hoje concordo que não sei e não sou capaz de cantar. 
            Mas tive também uma boa revelação. Cada dois meses havia um GRÊMIO LITERÁRIO, onde sempre alguns alunos eram convidados para falar em público apresentando um trabalho. A televisão estava tomando espaço. O professor de português dividiu a classe com o seguinte tema: A TELEVISÃO VAI ACABAR COM O CINEMA. Metade iria defender que sim ou que não. Fiquei na turma que defenderia o CINEMA. Caprichei com o meu trabalho e ele foi escolhido para apresenta-lo no GRÊMIO. Fui muito aplaudido.
            Depois em particular o professor me chamou e mostrou que tinha conseguido escrever uma poesia, um poema em defesa do cinema. Foi me mostrando que com alguns pontos a mais tudo se tornava um verdadeiro poema. Até hoje escrevo, mas não me reconheço como poeta.  

BRASA QUENTE NA FOGUEIRA DA CONVERSAÇÃO
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