FÉ
E CIDADANIA – 14 José
Vanin Martinso
CEAR
SEM SE CONTAMINAR PELO FERMENTO
O
povo de Israel no seu dia a dia foi descobrindo que o valor da liberdade tem um
alto preço, exige muito sacrifício. Antes da Páscoa teve um mês de preparação
(Ex 12,2). O momento alto e final desta preparação seria o último jantar nas
terras do Egito. Foi uma primeira
experiência de partilha em que a família pequena (rica) partilharia com a
família grande (pobre) e nada deveria ser acumulado (Ex 12,4).
Os participantes
deste jantar-banquete tinham que estar livres do fermento egoísta dos Egípcios
(pão sem fermento) por mais amargo que achassem (ervas amargas) a nova cultura
da partilha. Era começar tudo de novo, como se fosse o primeiro mês do ano (Ex
12,1).
Foi um jantar
feito às pressas. Nem tempo para sentar. Viviam o momento da alegria da partida
e da incerteza do futuro. Em Moisés confiavam em Deus. Foi noite de sangue
derramado. O sangue do cordeiro e o sangue dos primogênitos (Ex 12,5-7.11-12).
Até hoje me pergunto qual seria a melhor explicação para a morte dos primogênitos
do Egito (Ex 12,12). A Bíblia nada explica. Fala simplesmente que “29 À
meia-noite, Javé feriu todos os primogênitos do Egito: desde o primogênito do
Faraó, que iria suceder-lhe no trono, até o primogênito do prisioneiro que
estava na cadeia e até os primogênitos dos animais Ex 12,29.”.
Seria esta
passagem uma expressão literária da grande indignação de Deus pelo tamanho da
injustiça que o povo sofria?! Só posso perceber: A) Da parte do povo de Deus
houve muita preparação com assembleias e escolha de táticas (Ex 12,5-10. B) Da
parte do povo do Egito houve um momento de lucidez em que houve um grande
clamor de todo o povo para Faraó libertar o povo de Israel antes que eles mesmos
fossem destruídos (Ex 12,30).
Deus é a favor
da vida e vida em abundância, sem injustiças, corrupções e opressões. O povo
deve multiplicar assembleias para planejar a organização de uma nova sociedade
justa, pacífica e igualitária. O FERMENTO DESTRUTIVO DE HOJE é o apego ã
riqueza, é acreditar que o capitalismo, o neo-liberalismo seja a solução. A
solução é a solidariedade que leva ã partilha.
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