quarta-feira, 20 de setembro de 2017

FÉ E CIDADANIA – 13 José Vanin Martinso
FAZER UMA NOVA LEITURA DA REALIDADE
O povo empobrecido precisa de mais conhecimento. É preciso “dar o nome aos bois”. É preciso falar claramente de onde vem tanto sofrimento. O sofrimento não vem de Deus. É do amor à riqueza, é da acumulação de bens, é da corrupção de uma minoria que todos padecem. Esta minoria rica formada pela classe empresarial, da indústria, do agro negócio e dos banqueiros, compra e controla a grande maioria dos legisladores, executivos e judiciário. (Esta minoria sabe do poder do pequeno, em acabar com suas cobras, isto é, com seus “botes venenosos” de exploração e, zomba da força do pequeno Ex 7,8-13).
O povo precisa ter clareza das DEZ PRAGAS e proclamar em alto som que são estes donos do capital, os grandes empresários, apoiados pelo poder do estado, os responsáveis diretos por todo o mal que ele sofre:
1. A água transformada em sangue (Ex 7,20-22) é a falta d’água, é a terra sendo transformada em deserto pelo desrespeito total à natureza devastada pelo desmatamento inconsequente.
2. As rãs (Ex 8, 2-4), os piolhos (Ex 8,18-19), as moscas (Ex 8,21-23) são as epidemias provocadas pela falta de atenção à saúde pública, graças à corrupção cada vez mais deslavada.
3. A morte dos rebanhos (Ex 9,2-4) é a falta do alimento na mesa do empobrecido. É o custo das orgias, das regalias, das viagens, das vantagens pagas para os três poderes (legislativo, executivo e judiciário) com o dinheiro público.
4. As feridas (Ex 9,10-12) é o grande sofrimento de milhares de famílias que perdem seus filhos para a droga. Este comércio, este contrabando que enriquece cada vez mais alguns poucos donos dos cartéis.
5. Os granizos (Ex 9,24-26) e os gafanhotos é o sistema prisional desumanizado, corroído pelo sistema bélico e do tráfico que sobrevive á custa de cartéis, gangues e guerras.
6. As trevas (Ex 10,22-23) é todo um sistema que teima dizer que a noite é dia, que as leis são justas, que o capital é intocável e que tudo se ajusta por conta própria.
7. Morte dos primogênitos (Ex 12,29-30) é todo decreto que favorece a acumulação de renda para poucos e implica no imenso sacrifício penalizado pelo salário da fome que impede o acesso à educação, à saúde, à habitação, ao pão, ao vestuário, à liberdade, em fim, á alegria de viver.
É tempo de êxodo, de saída, de mudança. A boa nova, desejada por Deus é de uma sociedade justa e com partilha que pode ser conquistada com a organização de todos os empobrecidos. Todos “picados” pelo veneno da ambição são contrários ao PROJETO DE DEUS. Moisés compreendeu e foi à luta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário