FÉ E CIDADANIA – 10   José Vanin Martinso

O SOFRIMENTO AUMENTA O MEDO E A DESUNIÃO

Alguém já disse que lutar por dias melhores é fácil?  Já vi muitas pessoas negarem esmolas ao pedinte e chama-lo de preguiçoso. Para muitos há apenas duas categorias de pessoas: os que trabalham e os que são preguiçosos. Este argumento vem lá da Escola de Faraó, a escola do poder. Vejamos a fala de Faraó: “6 Nesse mesmo dia, o Faraó deu ordem aos capatazes e inspetores, dizendo: 7» Não deem ao povo palha para fazer tijolos, como vocês faziam antes. Que eles próprios providenciem a palha. 8 E mais: exijam deles a mesma quantia de tijolos que faziam antes. Não diminuam nada, porque eles são preguiçosos” ^{Ex 5,6-8}.

Agora o governo ameaça até diminuir o reajuste do salário que já se chama “mínimo”. Se for abaixo do mínimo, o que será? Isto pode provocar um medo maior; para não perder ou ter um emprego, aceitar trabalhar como escravo, ganhando abaixo do mínimo.

Preparem-se, quando religiosos e pessoas de fé, em nome de Deus, começarem a protestar contra tal absurdo, poderão apertar ainda mais a vida do trabalhador, dizendo: “9 Carreguem esses homens com mais trabalho, para que fiquem ocupados e não deem atenção a palavras mentirosas  ^{Ex 5,9}».

E se houver algum protesto, a polícia, que é paga com o dinheiro dos impostos tirado do trabalhador, será colocada na rua para açoitar com cassetetes, balas de borracha e algo mais, assim como aconteceu no tempo de Faraó: “14 E os capatazes açoitavam os inspetores israelitas, que os mesmos capatazes do Faraó haviam colocado sobre eles. ^{Ex 5,14}”.

Vamos pensar juntos e responder, quem são hoje os faraós, os capatazes, e os inspetores?