quinta-feira, 20 de julho de 2017

TEMPO – ESPERNÇA - UTOPIA
José Vanin Martins – 19/07/2.017

            No tempo de criança e mais  ainda no tempo de juventude sonhei com um Brasil novo. Mais tarde descobri o Brasil dentro do mundo e descobri que para o Brasil ser novo, em muito ele dependia de um mundo novo. Aprendi sonhar um mundo novo.
            Quase que ingenuamente tinha esperança que esta utopia iria acontecer ainda enquanto vivesse. Fechei minha atenção para a idade da história do mundo. Há quantos anos, pessoas e mais pessoas, morreram para que esta utopia acontecesse. Acordei. Moisés, foi o meu primeiro ídolo, herói. Antes dele já existiram outros. Da luta de Moisés, nasce num povo a consciência de cidadania, de pátria, de terra. O que aconteceu com este povo? Por centenas, milhares de anos, tudo perderam. Conservaram a esperança e a utopia e hoje, com todas dificuldades, em meio a um relacionamento hostil, vivem ou sobrevivem agarrados num pequeno pedaço de terra com heroísmo e orgulho, acompanhados de todos os problemas.
            Como é difícil viver em paz, com fartura e segurança. Fico a pensar como a maior parte da riqueza da terra concentra-se apenas nas mãos de poucos. Metade da riqueza mundial está nas mãos de 1% da população e no Brasil  37,4 da renda está nas mãos de menos de 4% da população .
            Lutar foi ou é em vão? Paulo foi um dos que muito lutou. Para manter-se na luta tinha uma certeza: “18 Penso que os sofrimentos do momento presente não se comparam com a glória futura que deverá ser revelada em nós. 19 A própria criação espera com impaciência a manifestação dos filhos de Deus. 20 Entregue ao poder do nada - não por sua própria vontade, mas por vontade daquele que a submeteu -, a criação abriga a esperança, 21 pois ela também será liberta da escravidão da corrupção, para participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. Rom 8,18-21.
            É a busca desenfreada do dinheiro, do capital que permite a corrupção e esta concentração de renda em mãos de poucos que causa o sofrimento de muitos. A utopia cristã é alimentada por duas certezas: 1. Toda luta não é em vão. O REINO DE DEUS ainda acontecerá nesta terra. Continuamos orando: VENHA A NÓS O VOSSO REINO.  2. A garantia de uma glória futura. Para os que morrem lutando a glória já é imediata. A humanização cresce porque há muitos lutando e morrendo pela causa. 
            Pode demorar ainda milhares de anos, mas estes poderosos serão derrubados do trono e todos praticarão a justiça que nasce do amor e cria a partilha da igualdade entre todos. Ai já será o encontro do céu com a terra:  «Esta é a tenda de Deus com os homens. Ele vai morar com eles.

            Eles serão o seu povo e ele, o Deus-com-eles, será o seu Deus. 4 Ele vai enxugar toda lágrima dos olhos deles, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor. Sim! As coisas antigas desapareceram!» Apoc 21,3-4. A esperança e a luta continuam. Como continua urgente construir a consciência do exercício da cidadania. 

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