quarta-feira, 15 de junho de 2016

Estou pensando na Dirce, a Dirce calada, a Dirce discreta, a Dirce serviçal, a Dirce virtuosa, a Dirce humilde, a Dirce de fé, a Dirce do trabalho, a Dirce humanista, a Dirce de muito amor... e agora descubro a DIRCE PRESIDENTE DE HONRA DA ASSOCIAÇÃO DOS ANISTIADOS DE GOIÁS. Não conhecia as raízes da Dirce. O quanto ela, seu pai, sua família sofreu no tempo da ditadura. Ela não se deixou endurecer, não se encheu de orgulho, ela simplesmente continua no silêncio construindo a história. Quem sabe, assim como foi aberto o arquivo do tempo da ditadura, a Dirce tira um dia para contar para seus amigos a sua história de vida. Pensando na Dirce, guerrilheira do amor, escrevi este poema em sua homenagem:

TEMPOS DA DITADURA

Não importa o tempo,
O tempo da ditadura,
O tempo do silêncio,
O tempo da mordaça,
O tempo da censura,
O tempo da morte.

Não importa a força,
A força das armas,
A força da mentira,
A força da crueldade,
A força dos julgamentos,
A força dos golpistas.

Não importa o tempo,
Tempo curto ou longo,
Tempo do dia ou da noite,
Tempo do progresso ou regresso,
Tempo dos horrores sem amores,
Tempo, tempo perdido.
O QUE IMPORTA,
É a força da humanidade,
É a força da solidariedade,
É o apreço pela liberdade,
É o valor da justiça,
É o triunfo da verdade.

O QUE IMPORTA,
É a semente que não morre,
É a semente do bem,
É a semente que cresce,
É a semente que se multiplica,
É a semente do novo homem.


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