DECIDIR – 8
21/05/2.016
Há tempo procuro a melhor explicação
para esta afirmação de Jesus: “você é Pedro, e sobre essa pedra construirei a
minha Igreja, e o poder da morte nunca poderá vencê-la. 19 Eu lhe darei as
chaves do Reino do Céu, e o que você ligar na terra será ligado no céu, e o que
você desligar na terra será desligado no céu...» (Mt.26).
Como católico ouvi muitas explicações em
defesa da própria instituição. Agora
encontrei no teólogo e historiador Eduardo Hoornaert, uma explicação que
considero mais evangélica e me satisfez.
Tento expor o pensamento do Eduardo.
Ele explica que o conhecimento que Jesus tinha da palavra Igreja era a do
contexto do seu tempo. A palavra Igreja vem do grego (ekklésia)
que é uma tradução do termo hebraico ‘knesset’ que significa sinagoga. Jesus era judeu, pensava como judeu e estava
diante de Pedro que também era judeu. O evangelho nos mostra Jesus pregando
muitas vezes nas sinagogas, onde não
havia a figura do sacerdote e sim do “rabi” = mestre.
“As sinagogas são orientadas por
lideranças naturais. Não há ordenação, nem imposição das mãos, nem hierarquia”.
Neste sentido, o povo das aldeias, chamava Jesus de Mestre. O Rabi não pertence
a alguma corporação. Seu vínculo fundamental é a com a comunidade (aldeia)
local. Jesus nos evangelhos nunca foi chamado de sacerdote.
Certamente,
Jesus neste momento estava pensando na sua nova Igreja (sinagoga), liderada por
pescadores e camponeses levando a nova mensagem do Evangelho. Jesus dá a Pedro, e a cada novo Rabí, o cuidado para que o poder da morte
(exploração, ditadura, egoísmo,
individualismo, doenças, injustiça, fome
e...) não prevaleça sobre seu pequeno
rebanho. Vamos construir este sonho-projeto em cada célula, em cada grupo de CEBs,
em cada grupo de fé, igreja (sinagoga).
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