terça-feira, 1 de junho de 2010

É DIFÍCIL ACEITAR

É DIFÍCIL ACEITAR.


Ter um dependente químico na família torna-se o seu maior problema. A partir do fato instalado, a família sente se como uma ferida dentro da sociedade. Todos os olhares voltam-se com ares de condenação contra ela. Alguns até tentam evita-la. Seu convívio pode parecer contagioso.
Muitos se enchem de indignação e até comentam: isto acontece só com as famílias desestruturadas... e, os mais próximos, se enchem de “dó” e pouco a pouco vão se afastando da convivência antes “salutar”. É como se a lepra tivesse ali chegado e o medo da contaminação pede isolamento. Mesmo os que param para pensar na “dor” desta família, sem compreender, procuram-se afastar com respeito. A família torna-se a escória da sociedade.
Muitos aplaudem as famílias que se enchem de coragem e expulsam dela o “membro sem caráter” que fugindo do padrão “ético familiar” embrenhou-se para o mundo dos marginais.
As que não possuem tal coragem, como os leprosos da antiguidade, afastam-se e acabam criando espaços reservados de convivência só para elas... e assim vão criando grupos de auto-ajuda especiais.
Com esta reação moralista hipócrita a droga continua assolando novos lares. Para muitas famílias que defendiam que o problema era caso de polícia agora temem que algum de seu membro possa ser “enquadrado”.
A dependência química é a lepra do século atual e como tal precisa ser tratada como doença, responsabilidade do estado com a saúde pública e não como caso de polícia.

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