quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

A HORA SEMPRE CHEGA -a

 

A HORA SEMPRE CHEGA - a                          

José Vanin Martins – Dez 2020

 

            Já no mês dos oitenta, posso dizer, que vi a chegada da hora, a morte, das mais diferentes formas: doença, hospitalizado, de coma, suicídio, acidente, de-repente, dormindo, conversando, de férias, trabalhando, jogando e, das mais diferentes idades: recém nascidos, criança, adolescente, jovem, adulto jovem, adulto idoso.

            Já vi e participei de correntes de oração a favor da vida contra a morte. No começo da corrente pensamentos positivos: ele vai sarar, ele vai recuperar, vai dar tudo certo, tenha fé; depois de mais algum tempo, vem a resignação, seja feita a vontade Deus, Deus sabe o que é melhor para ele; finalmente a aceitação: foi melhor assim, ele descansou, estava sofrendo muito, é um descanso também para a família, se ele sarasse e ficasse sequelas...

            Vivenciei muitos casos; num deles, os pais eram de dentro da Igreja e seu filho, um menino, uma criança de quatro anos apenas ficou doente; foi hospitalizado, médicos com dificuldades de encontrarem um diagnóstico; família, parentes, amigos e toda uma Igreja, outras igrejas, foi uma grande corrente de oração, foram dias e mais dias, mas a criança veio a falecer. Revolta dos pais, porque Deus permitiu isto? Porque não ouviu as orações? Era uma criança linda, inocente, tinha a vida toda para frente e Deus a levou. Por que?  

            Com temor, ouço dar o meu pensamento a partir da Bíblia:

1.     “Eu não sinto prazer com a morte de ninguém - oráculo do Senhor Deus (Ez 18,32).

2.     Sim, Deus criou o homem para ser incorruptível e o fez à imagem da sua própria natureza. Mas, pela inveja do diabo, entrou no mundo a morte, que é experimentada por aqueles que pertencem a ele” (Sab 2,24).

3.     “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância (Jo 10,10).

4.     Jesus diante de sua morte:

a-     Sentiu a tristeza e a aflição de morte e por três vezes pediu para Pedro, Tiago e  João, seus discípulos mais próximos,  orarem para não caírem em tentação. (Mt 26 36-37; Mc 14,32-42; Lc 22,39-46)

b-     Jesus, enquanto seus discípulos dormiam, orou três vezes pedindo ao Pai para afastar o cálice do sofrimento e, nas três vezes orou aceitando a vontade do Pai. (Mt 26,39.42.44; Mc 14,36.3941; Lc 22,42-46)

c- Já pregado na cruz se sentiu abandonado pelo Pai (Mt 27,46; Mc 15,34) .

d- Sem perder a confiança no Pai, quando chegou a hora, Jesus deu um forte grito: Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito. Dizendo isso, expirou (Mt 27,50; Mc 15,36-37; Lc 21,46)

            Pedro nos fala que Jesus experimentou a morte, sem ter pertencido ao diabo; “levou nossos pecados em seu corpo sobre a cruz para que morrêssemos para o pecado e vivêssemos para a justiça (1Ped 2,19-24)”. Orar pela vida do doente é comprometer-se no trabalho da justiça, para melhorar a qualidade de vida para todos aqui na terra.

 

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