quinta-feira, 10 de setembro de 2020

COSTURANDO O GRUPO FAMILIAR

COSTURANDO O GRUPO FAMILIAR

José Vanin Martins – Setembro 2020

 

            Vivemos uma experiência única na história. Por força do covid 19, somos obrigados a ficar dentro de casa. Ficar em família, conviver com a família é a oportunidade de todos se voltarem para uma experiência única de convivência continuada com o outro, o mais próximo, o membro da própria família: pais, irmãos, avós...enfim aqueles que moram debaixo de um mesmo teto. É hora de se descobrir de fato o que é um GRUPO FAMILIAR.

            É hora da família, tornar-se de fato, um GRUPO APOIADOR que nos dá segurança, conforto, alegria e o conhecimento melhor de cada um. Vamos revelar, se é bom ou não, viver em família.

            O QUE É UM GRUPO? Grupo é a costura de duas ou mais pessoas interagindo suas diferenças emocionais em vista de um bem comum. A família é a costura do primeiro grupo, semente de toda sociedade, formado por duas pessoas que se escolheram e dos filhos que nascem por vontade dos pais, mas que não se escolheram. Essa costura exige escolhas, vontade e habilidade.

            O primeiro valor importante no grupo é a vontade de costurar um projeto comum, respeitando e somando as diferenças. Agora, forçados a viverem juntos, o casal é desafiado, questionado na sua vontade de costurar uma família que seja bonita, agradável porque costurada com amor. Querer costurar um grupo familiar num mesmo molde que caiba filhos tão diferentes entre si, exige que os pais, primeiramente, já tenham conseguido costurar um primeiro molde de relacionamento bonito e apresentável, provocando nos filhos o desejo de copiarem.

            A costura de uma roupa para ser bonita exige a escolha do molde, do tecido, da tesoura, da agulha, da linha, dos enfeites e da habilidade do costureiro. Vamos fazer a experiência de costurar a nossa própria família. Vamos começar:

a) -  A escolha do molde de família que buscamos deve caber o amor, a escuta que precede todo diálogo, o respeito, a liberdade, a responsabilidade, o trabalho, a alegria, a confiança, a mansidão, a espiritualidade, o lazer...Ter uma ideia clara da família que queremos.

b) - A escolha do tecido, resistente e bonito com um valor que seja para sempre. Os filhos se sentirem felizes e confiantes com a escolha de família proposta pelos pais.

c) - O manuseio da tesoura, acertar o corte das diferentes partes, na medida certa, exige uma sabedoria. Os filhos perceberem o acerto das medidas, da disciplina usada pelos pais.

d) - A agulha que vai costurando, unindo com respeito as diferentes partes, que darão o retoque da beleza; sentir as agulhadas como necessárias, na costura da unidade dos membros da família entre si. É a compreensão das emoções de cada um.

 f) -  Caberá à linha, na variedade das cores, estreitar os laços, unir as diferenças, criar a alegria da pertença, formando a família.

g) - Finalmente são colocados os aviamentos, o encantamento, o carinho, os pequenos mimos e agrados que dão todo o acabamento à vida familiar.

            Nós pais, como ótimos costureiros, vivenciaremos essa rica experiência da costura familiar. Todos se sentirão mais seguros, no enfrentamento das dificuldades da vida em sociedade. Não sentirão mais a necessidade da fuga da família para se realizarem.

            É na família, o primeiro grupo de vida, que se aprende a prática do bom relacionamento. Viver é saber se relacionar para sempre construir um bem comum.

            Vamos fazer um laboratório de vida familiar, nesse mês de setembro, e tornar esse tempo de covid-19, a melhor riqueza na busca de uma qualidade de vida.


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