COSTURANDO O GRUPO FAMILIAR
José Vanin Martins – Setembro 2020
Vivemos uma
experiência única na história. Por força do covid 19, somos obrigados a ficar
dentro de casa. Ficar em família, conviver com a família é a oportunidade de
todos se voltarem para uma experiência única de convivência continuada com o
outro, o mais próximo, o membro da própria família: pais, irmãos, avós...enfim
aqueles que moram debaixo de um mesmo teto. É hora de se descobrir de fato o
que é um GRUPO FAMILIAR.
É hora da
família, tornar-se de fato, um GRUPO APOIADOR que nos dá segurança, conforto,
alegria e o conhecimento melhor de cada um. Vamos revelar, se é bom ou não,
viver em família.
O QUE É UM
GRUPO? Grupo é a costura de duas ou mais pessoas interagindo suas diferenças
emocionais em vista de um bem comum. A família é a costura do primeiro grupo,
semente de toda sociedade, formado por duas pessoas que se escolheram e dos
filhos que nascem por vontade dos pais, mas que não se escolheram. Essa costura
exige escolhas, vontade e
habilidade.
O primeiro
valor importante no grupo é a vontade de costurar um projeto comum, respeitando e somando as diferenças. Agora,
forçados a viverem juntos, o casal é desafiado, questionado na sua vontade de costurar
uma família que seja bonita, agradável porque costurada com amor. Querer
costurar um grupo familiar num mesmo
molde que caiba filhos tão diferentes entre si, exige que os pais,
primeiramente, já tenham conseguido costurar um primeiro molde de
relacionamento bonito e apresentável, provocando nos filhos o desejo de
copiarem.
A costura
de uma roupa para ser bonita exige a escolha do molde, do tecido, da tesoura,
da agulha, da linha, dos enfeites e da habilidade do costureiro. Vamos fazer a
experiência de costurar a nossa própria família. Vamos começar:
a) - A escolha do
molde de família que buscamos deve caber o amor, a escuta que precede todo
diálogo, o respeito, a liberdade, a responsabilidade, o trabalho, a alegria, a
confiança, a mansidão, a espiritualidade, o lazer...Ter uma ideia clara da
família que queremos.
b) - A escolha do tecido, resistente e bonito com um valor
que seja para sempre. Os filhos se sentirem felizes e confiantes com a escolha
de família proposta pelos pais.
c) - O manuseio da tesoura, acertar o corte das diferentes
partes, na medida certa, exige uma sabedoria. Os filhos perceberem o acerto das
medidas, da disciplina usada pelos pais.
d) - A agulha que vai costurando, unindo com respeito as
diferentes partes, que darão o retoque da beleza; sentir as agulhadas como
necessárias, na costura da unidade dos membros da família entre si. É a
compreensão das emoções de cada um.
f) - Caberá à linha, na variedade das cores,
estreitar os laços, unir as diferenças, criar a alegria da pertença, formando a
família.
g) - Finalmente são colocados os aviamentos, o encantamento,
o carinho, os pequenos mimos e agrados que dão todo o acabamento à vida
familiar.
Nós pais,
como ótimos costureiros, vivenciaremos essa rica experiência da costura familiar.
Todos se sentirão mais seguros, no enfrentamento das dificuldades da vida em
sociedade. Não sentirão mais a necessidade da fuga da família para se
realizarem.
É na
família, o primeiro grupo de vida, que se aprende a prática do bom
relacionamento. Viver é saber se relacionar para sempre construir um bem comum.
Vamos fazer
um laboratório de vida familiar, nesse mês de setembro, e tornar esse tempo de
covid-19, a melhor riqueza na busca de uma qualidade de vida.
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