terça-feira, 18 de setembro de 2018


JESUS VOTARIA?    2      
José Vanin Martins – 15/09/2018

            Deus sempre se preocupou com a organização do povo. Desde Abraão até Moisés o primeiro cuidado foi criar uma consciência de ser povo. Povo que tem uma história, que sabe suas origens: somos filhos de Abraão, Isac e Jacó (Israel) (Dt 29,12-14). Povo formado em 12 tribos, cada qual com sua própria bênção e vocação (Gn 49).
Povo que foi escravizado, que sofre, tem sede de libertação e clama contra seus opressores (Ex 3,7). O opressor tem nome: É Faraó, rei do Egito (Ex 3,10).
Moisés aceitando o conselho de seu sogro Jetro, aprimora a organização do povo. Escolhe entre o povo homens capazes e tementes a Deus, que eram seguros e inimigos do suborno: estabelece-os como chefes de mil, de cem, de cinquenta e de dez. Eles administraram regularmente a justiça para o povo: os assuntos graves, eles levavam a Moisés; os assuntos simples, eles próprios resolviam (Ex 18,13-27 – Dt 16,18-20). Assim foi instituído o governo dos JUIZES. Numa sociedade ainda super machista ficou registrada a presença de DÉBORA atuando como JUIZ (Jz 4 e 5). O voto distrital seria menos corrupto? Ou mais fácil de ser cobrada a transparência dos eleitos?
                        O povo libertado manteve sua primeira organização em tribos. Depois, diante da corrupção dos juízes o povo teve a tentação de mudar a forma de governo e querer UM REI. Samuel deixou claro os perigos de uma realeza de mais exploração, corrupção e burocracia (1Sam 8,11-18). Assim aconteceu. Jesus conhecia profundamente toda esta história e alertava o povo para o que estava acontecendo: 1. Exploração dos doutores da Lei (Lc 20,36-37); 2. Denunciou, por mais de dezenas de vezes a falsidade dos sacerdotes a ponto de planejarem a sua morte (Lc 19,45-47). O pior inimigo estava dentro do próprio povo de Deus. 3. Chamou Herodes de “ladrão de galinha”, o escolhido pelo Império Romano para governar a Judéia  (Lc 13,32).
            Penso que Jesus não votaria: a) naqueles que usam o nome de Deus em vão; b) não votaria naqueles com um passado de exploração e até da prática de tortura; c) naqueles que já passaram por vários partidos sempre buscando mais favores; d) não votaria nos carreiristas políticos que tentam passar o poder de pai para filho.

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